"FNE com taxa Selic é melhor nem ter"

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FNE com taxa Selic é melhor nem ter. Este era o tom da indignação no corpo técnico do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) na noite de sexta-feira. Foi a reação indignada de quem viu as taxas do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) serem reduzidas em meio ponto percentual pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). À primeira leitura, uma boa nova. Juros menores. Contudo, a redução veio com congelamento previsto até dezembro. Isto, enquanto a taxa básica dos juros, a Selic, até o réveillon deverá cair no mínimo 3%. “Não faz o menor sentido”, bradou um executivo do Banco, com trânsito na sede do BNB, no Passaré. O Banco é o agente financeiro do fundo, criado pela Constituição de 1988 com a função de alimentar uma política de equilíbrio regional.


 


Em 18 de fevereiro, a Coluna já alertava para a possível alteração do FNE. “(Em março) Será a próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), na qual existe a real possibilidade de os juros do FNE se tornarem menos atraentes. O risco está, se não em um aumento, mas na diminuição da diferença entre a Selic e as taxas do Fundo, principal motor para o crédito de longo prazo na região. Na prática, muito ruim para o Nordeste e para o BNB. Em verdade, as mudanças no crédito direcionado já estão a ocorrer. Por exemplo, no BNDES não há mais nenhuma linha com funding 100% TJLP”. Dito e feito.


 


O entendimento médio de quem depende do dinheiro mais barato do FNE é que, no final das contas, o BNB e o Nordeste estão pagando pelos excessos do BNDES. Na equipe econômica, em verdade, o chamado direcionamento – os recursos que o BNDES e o BNB, por exemplo, emprestam para determinados setores – é visto com imensas reservas. Em grande medida pelos descontroles da Era Dilma. A desidratação do crédito direcionado é lida em Brasília como defesa da Política Monetária. A criação da nova Taxa de Longo Prazo (TLP), como principal remuneração nas operações de crédito do BNDES, compõe o arsenal de medidas para evitar subsídios embutidos no dinheiro emprestado pelo BNDES. Noutros termos, acredita tapar um ralo muito profundo.


Source: SAIU NA IMPRENSA – 500

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