Transparência no BNB: Disciplina sim, intimidação não!

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Uma demanda recorrente da Associação, em sintonia com o que almejam os funcionários do BNB, diz respeito à transparência. Tida como um grande valor para as instituições, essa questão por vezes está atrelada ao discurso da ética e compromisso com os trabalhadores. No entanto, o Banco adota comportamento diferenciado dependendo da matéria.


Em recente comunicado aos funcionários a Diretoria Administrativa e de Tecnologia da Informação  publicou a “Divulgação das penalidades atribuídas por ocasião do julgamento das ocorrências disciplinares”. A mensagem, pelo seu teor, não apresenta nada mais do que uma pequena lista de medidas que o Banco aplicou, sem precisar o período, no tocante ao disciplinamento dos funcionários.


Dentre as penalidades listadas estão repreensões, advertências, suspensões e demissões por justa causa pelos mais variados motivos. Ao todo foram 35 processos administrativos julgados pelo Comitê disciplinar.  Assim, o Banco traz a público tais números, conferindo o caráter de transparência ao trabalho realizado. No entanto o sentimento em decorrência de tais informações ganha tons de intimidação, cujas medidas estão sendo interpretadas como verdadeiros “recados” aos trabalhadores.


É importante e louvável a lisura dos trabalhos realizados neste mister, inclusive para evitar que atos praticados, seja por funcionários da base, seja pela alta gestão,  possam vir a macular o nome do BNB, como já ocorreu em determinadas situações, a exemplo dos casos de corrupção que vieram a público. Porém, é importante enfatizar que o processo de transparência não deve se dar apenas para penalizar ou intimidar o trabalhador no exercício de suas funções.  Deve sim, e principalmente, ocorrer sobre questões essenciais que são bastante caras ao funcionalismo, e reclamadas por estes, e que durante muito tempo  têm somente o silêncio sepulcral como resposta.


No caso da PLR 2015, por exemplo, creditada recentemente a título de antecipação pelo Banco, o assunto tem gerado muita frustração e cobrança pelos funcionários, os quais foram surpreendidos pela irrisória quantia que receberam. Não é demais lembrar que ainda sobre a PLR, ano base de 2012, o Banco adotou procedimento nada transparente, ao realizar ajuste no seu balanço em ato casuístico para fins de pagamento dos dividendos ao acionistas, sem no entanto ter considerado a medida para efeito de pagamento desta verba (PLR) aos funcionários conforme consta do acordo coletivo de trabalho. Tal fato proporcionou uma série de ações jurídicas por autoria de sindicatos da categoria e pela AFBNB.


Chegam à AFBNB diariamente muitas questões e dúvidas que somente o BNB pode responder, por ser de sua exclusiva propriedade e obrigação. No entanto, até agora, apesar das inúmeras mensagens encaminhadas com pedido de informações, só silêncio! A AFBNB em várias outras situações cobrou transparência em casos que dizem respeito à instituição e à vida laboral de seus trabalhadores, a exemplo dos processos de concorrências, convocação de concursados e outros assuntos internos no âmbito do BNB.


Mais recentemente as agências extra-regionais ganharam destaque quando o Banco  sinalizou internamente a realização de estudos sobre o rumo das mesmas sem dar detalhes de como procederia, o que deixou funcionários apreensivos, inclusive sob a incerteza e o fantasma do possível fechamento, haja vista o que ocorreu recentemente com a agência de Brasília, quando de início, negou-se o fechamento, mas que na prática veio a ocorrer. De imediato, a AFBNB encaminhou ofícios e mais uma vez solicitou transparência para que o processo não ocorra de forma atabalhoada, sem ouvir os que conhecem o Banco e as próprias agências em discussão. A Associação assim procedeu já deixando posto o seu posicionamento contrário à infeliz ideia de desmobilização, caso seja esse o objetivo.


Esse e  outros assuntos por vezes não são compartilhados por parte do Banco com tamanha presteza ao conjunto de funcionários. Lamentavelmente, medidas que causam inquietação e soam como intimidação são divulgados tempestivamente. Como se vê, o Banco decide exatamente como ocultar e/ou divulgar informações, quando usar ou não a transparência a seu favor.


A Associação repudia esse comportamento por considerar que o funcionário se sente mais estimulado a trabalhar em prol do BNB e do Nordeste diante de uma agenda positiva em que o mesmo conheça e participe das decisões que estão sendo tomadas, de forma dialogada, planejada, transparente, voltada para o crescimento da instituição e para o cumprimento da sua missão, assim como para e o bem estar de seus funcionários.


O trabalhador do BNB merece ser valorizado!


AFBNB ao lado dos trabalhadores


Gestão Autonomia e Luta


 


Source: Notícias – 500

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