Na tarde desta sexta-feira (30) a AFBNB encaminhou à Diretoria de Administração e também para a Diretoria Financeira e de Crédito ofício em que levanta questionamento acerca da atual forma de avaliação/ranqueamento dos funcionários nas Centrais. O assunto surge através de relatos que chegam à Associação acerca do extremo rigor das metas impostas até ameaças de rebaixamento de níveis nas funções.
No documento, a AFBNB pede medidas urgentes e resolutivas para sanar os problemas ao tempo em que traz a preocupação acerca da valorização do trabalho e da saúde dos funcionários atingidos.
A AFBNB lembra ainda que o assunto foi ponto de pauta da última reunião entre os Sindicatos do Maranhão e Rio Grande do Norte e o Banco ocasião em que cobrou reversão da medida. (relembre aqui)
O assunto também foi tema de notas dos Sindicatos da Bahia e do Maranhão.
Leia o documento na íntegra:
Fortaleza, 30 de agosto de 2024
À Senhora
Ana Teresa Barbosa de Carvalho
Diretoria de Administração
Banco do Nordeste do Brasil S.A
Nesta
Assunto: Avaliação de produtividade nas Centrais
Prezada Diretora,
Vimos por meio desta expressar preocupação sobre o formato de avaliação/ranqueamento de funcionários nas centrais, haja vista as recorrentes manifestações de que está havendo insatisfação e insegurança no referido ambiente. O assunto inclusive já foi abordado em matéria dos Sindicatos dos Bancários da Bahia e do Maranhão, bem como em reunião recente que ocorreu entre Banco, Sindicatos do Rio Grande do Norte e Maranhão, da qual a AFBNB participou e abordou o assunto.
Funcionários questionam a chamada “avaliação de produtividade por PP (produto padrão)” nas Centrais. Segundo relatos que chegaram à AFBNB, a modalidade está em vigor há cerca de dois anos e é vista como excessivamente rigorosa e, em alguns casos, com metas inatingíveis.
Segundo relatos, a cada nova avaliação as metas sobem e aqueles que não conseguem cumpri-las seguem sendo monitorados pelo gestor com acompanhamento. Além disso, ao não obter sucesso, sofrem com a ameaça de rebaixamento no nível da função.
Especificamente no caso dos analistas das Centrais, a pontuação por PP só é efetivada após a contratação do crédito. Assim, em caso de desistência por parte do cliente, por exemplo, o funcionário não recebe sua pontuação, embora tenha feito seu trabalho nesse sentido.
A situação fica ainda mais difícil com a existência de prazos para atender atividades em questão de dias, o que vem promovendo um aumento no nível de ansiedade dos trabalhadores. Informam também que a pontuação, na maioria das vezes, não reflete a dificuldade/complexidade da tarefa ou o tempo que efetivamente o analista levou para realizá-la.
Além, disso, a atribuição de “estrelas” ao trabalhador, que variam de acordo com a suposta produtividade, reduz todo o esforço e o processo a algo cujo simbolismo constrange, humilha e estimula o individualismo e não o trabalho coletivo pautado no cumprimento da missão do Banco.
Lembra os que há poucos dias o Banco celebrou em seus canais de comunicação, o recorde de lucro no primeiro semestre (R$1 bi). Nesse sentido, não há o que comemorar quando os números não refletem a realidade difícil dos trabalhadores na ponta e as pressões que geram adoecimento e comprometimento da saúde mental, atribuindo-lhes um alto preço a pagar pela pressão por mais produtividade.
Assim, solicitamos ações resolutivas urgentes e análise sobre o caso citado na perspectiva de valorização dos técnicos, respeito ao seu trabalho e pela preservação de sua saúde. Certos de sermos atendidos em nossa demanda, aguardamos retorno e reiteramos votos de consideração.
Atenciosamente,
Rita Josina Feitosa da Silva
Diretora-Presidente
Com cópia para Diretoria Financeira e de Crédito