BNB aplica R$ 12,3 bi por meio do FNE; aumento de 95,23%

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O Banco do Nordeste (BNB) aplicou mais de R$ 17 bilhões entre janeiro e junho deste ano. Desse total, R$ 4,86 bilhões foram com recursos do curto prazo e R$ 12,3 bilhões são do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) – um crescimento de 95,23% em relação a igual período do ano passado. O resultado demonstrado ontem pela instituição, que teve o balanço financeiro apresentado na Comissão de Valores Monetários (CVM), ainda indica um lucro líquido de R$ 231,8 milhões.

“O Banco do Nordeste encerrou o primeiro semestre de 2018 com lucro operacional de R$ 436,7 milhões, representando um crescimento de 51,1% em relação ao mesmo período do ano passado”, informou o BNB.

Os resultados, inclusive, deixam a instituição mais próxima de superar os números alcançados em 2017, considerado um dos melhores períodos em aplicação de recursos pelo Banco. O objetivo foi colocado pela nova diretora, que assumiu em fevereiro deste ano, como uma das metas para 2018.
Neste sentido, “o Banco possui estoque de propostas em tramitação interna, no valor de R$ 11,2 bilhões, somados aos informes negociais acolhidos, no valor de R$ 8,4 bilhões”.

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CE tem 2ª maior meta

Nesse cenário promissor desenhado para 2018, o Ceará se coloca, conforme destaca o próprio BNB, como o detentor da "segunda maior meta global de alocação de recursos do FNE, superado apenas pela Bahia". Ao todo, são R$ 4,78 bilhões reservados para o Estado, que já teve R$1,98 bilhão contratado entre janeiro e junho últimos.
Do todo, o Banco informa ainda que R$ 1,03 bilhão da meta cearense é destinado a grandes projetos de infraestrutura, como o financiamento para a ampliação do Aeroporto de Fortaleza pela Fraport – contrato que ainda segue em tratativas, sem expectativa de fechamento revelado pela instituição.

Setores beneficiados

Para as tomadas de crédito feitas no Ceará, o BNB acrescentou também que "os setores mais beneficiados com os recursos liberados foram infraestrutura, comércio e serviços, indústria, rural e agroindustrial. As micro e pequenas empresas, em todo Nordeste, contaram com um valor contratado de R$ 1,074 bilhão, valor também superior ao mesmo período do ano passado, que foi de R$1,071 bilhão. A alocação dos recursos do FNE é definida em programação aprovada no Condel (Conselho Deliberativo da Sudene), que define os valores a serem aportados por Estado, obedecendo a percentuais mínimos de aplicação", acrescentou.

Microcrédito

Reconhecidos internacionalmente, os programas de microcrédito do Banco do Nordeste também alcançaram bons resultados no primeiro semestre, segundo afirmou o BNB. O Crediamigo teve participação de R$ 4,29 bilhões nos R$ 12,3 bilhões movimentados em recursos do FNE, dos quais R$1,36 bilhão somente no Ceará. Já o Agroamigo contratou R$ 1,28 bilhão – um crescimento de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior em toda a Região. Somente no Ceará foram R$ 154,7 milhões contratados. Ambos foram beneficiados pelo Coeficiente de Desequilíbrio Regional (CDR), que proporcionou a operação de juros mais baixos nas tomas de crédito pelas duas linhas do Banco.

O CDR representa a diferença entre a renda domiciliar per capita das famílias da Região Nordeste em relação a renda domiciliar per capita no Brasil. No cálculo das taxas de juros do FNE, o CDR funciona como um redutor da seguinte forma: desde julho de 2018, o CDR Nordeste é 0,64 pontos, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Assim, no cálculo da parte pré-fixada das taxas do FNE, há a aplicação de um desconto de 36%, contribuindo para tornar as taxas de juros do FNE mais atrativas do que as oferecidas por outros bancos", explica a instituição, que oferece aos clientes taxas que variam de 4,78% a 5,98%, anualmente.

Inadimplência

Sobre os recursos recuperados com os clientes inadimplentes, o Banco do Nordeste contabilizou R$ 2,25 bilhões no semestre, a partir da negociação de 91,5 mil operações. "Comparativamente, a posição operacional de recuperação de crédito do primeiro semestre de 2018 está em patamar melhor que a do primeiro semestre de 2017", afirmou o BNB em nota enviada à reportagem, sem, no entanto, informar o percentual de melhora.
Perguntado sobre a realização de um refis ainda este ano, o Banco afirmou: "Ao longo de 2017 e 2018 (até 08/08/2018) o BNB regularizou mais de 265 mil operações de crédito ao amparo da Lei 13.340/16 (com redação da Lei 13.606/18), num total de R$ 8,9 bilhões de reais. No Estado do Ceará a regularização somou o valor de R$ 1,19 bilhão, em quase 50 mil operações. Os benefícios da Lei 13.340/13.606 estão vigentes até dezembro deste ano.

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