Debates importantes marcam 5º Encontro das Bancárias

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Um espaço privilegiado para o debate, assim foi o 5º Encontro das Bancárias da Bahia e Sergipe, realizado neste sábado (30/10), por videoconferência. O evento contou com a participação de pessoas dos dois estados e discutiu temas importantes como políticas públicas para mulheres, ações para proteção da categoria contra a covid-19 e os impactos da pandemia na saúde mental, diante dos desafios do teletrabalho e do isolamento social.

O evento começou em alto astral, com uma apresentação da cantora e musicista Lu Santana, que encantou os participantes com o sua voz e estilos diferenciados de cantar. Logo em seguida, a diretora de Gênero da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Nancy Andrade, conduziu a mesa de abertura do evento com a saudação dos presidentes da Feebbase, Hermeilno Neto; do Sindicato de Sergipe, Ivânia Pereira; do Sindicato de Feira de Santana, Sandra Freitas e do Sindicato da Bahia, Augusto Vasconcelos, além da presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil na Bahia (CTB-BA), Rosa de Souza.

Nancy Andrade lembrou que vivemos em uma sociedade desigual, onde as mulheres não se veem representadas nos espaços de poder. “Somos vítimas de uma visão patriarcal. Na pandemia fomos as primeiras a perder o emprego, além de sermos empurradas para as tarefas domésticos e os cuidados com a família. Precisamos mudar esta situação e encontros como estes ajudam a pavimentar estas mudanças”, ressaltou a diretora de Gênero da Feebbase.

 

Ações na pandemia

A primeira palestrante do Encontro foi a economista e técnica do Dieese Vivian Machado, que falou sobre a desigualdade salarial dentro da categoria e fez um resgate das ações do movimento sindical para garantir a saúde dos bancários durante a pandemia.

Vivian mostrou que as mulheres ganham menos que os homens no setor bancário, mesmos em cargos gerenciais. Os dados mostram ainda que nem um maior nível de escolaridade das trabalhadoras impede que elas ganhem mesmo que um colega em função semelhante.

A economista relembrou também a agilidade do movimento sindical bancário na busca de medidas para proteger a categoria do coronavírus, com a busca da negociação com os bancos, para conseguir a adoção do teletrabalho e de protocolos sanitários que garantiram a saúde e a segurança dos trabalhadores que permaneceram nas agências e departamentos dos bancos. As negociações continuam agora para evitar o retorno precipitado do pessoal do grupo de risco.

Política e saúde

Logo em seguida, a secretária de Políticas para Mulheres da Bahia, Julieta Palmeira, falou sobre o grave momento vivido pelo Brasil com sérias ameaças à democracia e de como isso impacta diretamente a vida das mulheres. Mostrou também como o atual governo vem atuando para destruir as conquistas das brasileiras, em especial as trabalhadoras. Elas foram as primeiras a perder o emprego com a pandemia e representam dois em cada três desempregados no país. São maioria também entre aqueles em empregos precários e entre os desalentados.

Julieta mostrou também como as políticas públicas para as mulheres estão sendo desmontadas pelo governo Bolsonaro, com as sucessivas reduções do orçamento para a Secretaria das Mulheres e também com a paralisação de programas de apoio às vítimas de violência doméstica.

Os debates foram encerrados pela apresentação da psicóloga Marlizete Maldonado Vargas, de Sergipe, que falou sobre a importância de discutir a saúde mental. Pesquisas revelam que a depressão é um dos maiores problemas de saúde do mundo nos últimos tempos. Até 2019, este já era um dos maiores motivos de afastamento do trabalho no mundo e a tendência é de que a situação piore ainda mais com a pandemia.

Marlizete ressaltou também a necessidade de enfrentar o problema da doença, que afeta duas vezes mais mulheres que os homens em todo o mundo. Propôs ainda a criação de grupos para trocar experiência e busca de apoio para vencer os impactos da pandemia.

Fonte: Feeb/BASE

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