82% da dívida pública não advém de investimentos em prol da população, mas de juros sobre juros pagos aos grandes grupos financeiros brasileiros e internacionais
Somente em 2024, o Brasil vai pagar aproximadamente R$ 740 bilhões com o serviço da dívida pública. Do estoque dessa dívida, que já supera os R$ 7 trilhões, 82% não advém de investimentos em prol da população, mas de juros sobre juros. A estrutura da dívida pública, que também consome boa parte dos lucros e dividendos que o governo recebe de estatais como a Petrobrás, desvia anualmente cerca de 7% do PIB para uma elite financeira, nacional e estrangeira, determinando a reprimarização da economia brasileira.
Para o economista e professor da PUC São Paulo, Ladislau Dowbor, tal realidade constitui um monumental “dreno financeiro”, ao qual o país se mantém submetido seja qual for o governo de plantão e beneficia principalmente grandes grupos financeiros internacionais.
Dowbor, que é consultor internacional em planejamento do desenvolvimento, defende nesta entrevista ao AEPET TV que a sociedade seja informada e mobilizada para enfrentar esta nova forma de colonialismo, ancorada no discurso falso moralista da austeridade e combate à inflação.
“Toda bandidagem precisa de uma narrativa”, resume Dowbor.
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