Encontro define estratégias de luta contra a MP 905

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O SEEB-MA promoveu o I Encontro Estadual dos Bancários 2020 no sábado (25/01), no Hotel Recanto dos Pássaros, em Balsas, no interior do Maranhão.

O tema deste ano foi a Medida Provisória 905/2019, editada pelo Governo Jair Bolsonaro, que aprofunda a Reforma Trabalhista e causa grandes prejuízos aos trabalhadores, mas – em especial – aos bancários, que terão a jornada laboral aumentada de 6h para 8h diárias e a possibilidade de trabalho aos sábados.

Na análise da conjuntura, o diretor da AEBA, Sílvio Kanner, fez uma crítica contundente à Contraf-CUT, que – ao invés de aderir à luta para derrubar a MP 905 – preferiu assinar um aditivo, obrigando os bancários a desistirem de suas ações de 7 e 8ª horas em troca da não aplicação da medida à categoria até 2020.

Vale ressaltar que, expirado esse prazo, os bancos estarão mais fortalecidos para impor as regras da MP, que poderá ter sido aprovada graças ao entreguismo da Contraf-CUT, representante da maioria dos sindicatos dos bancários do país, que se recusou a lutar e entregou os direitos dos seus representados.

Por sua vez, o representante da Contraf-CUT, Marcos Vandair, disse que ainda há tempo para a classe trabalhadora se reunir e se mobilizar, a fim de combater os ataques do Governo Bolsonaro contra os direitos sociais do povo brasileiro, que tem sofrido com o arrocho salarial, a dificuldade de se aposentar (pela reforma e pela militarização do INSS), o desemprego e a falta de investimentos em educação, saúde e segurança pública.

Para o diretor do SEEB-RN, Marcos Tinoco, a política do presidente, do ministro Paulo Guedes e da maioria do Congresso Nacional é clara: aumentar a exploração dos trabalhadores; retirar direitos e entregar o patrimônio público à iniciativa privada, por meio das privatizações, beneficiando apenas os bancos e a classe empresarial.

“É preciso ressaltar, ainda, que a Medida Provisória 905/2019 não prejudica apenas os bancários, mas exclui os sindicatos das negociações sobre participação nos lucros (PLR); permite o parcelamento das férias e do 13º em até 12 vezes; aumentando, ainda, a informalidade de diversas outras categorias, com o fim do registro profissional obrigatório, precarizando, ainda mais, as relações de emprego no país” – afirmou Tinoco.

Encaminhamentos

Por todo o exposto, os participantes definiram os seguintes encaminhamentos com o objetivo de derrubar os retrocessos impostos pelo Governo Bolsonaro e por seus antecessores. Confira:

1) construir uma greve geral nacional contra a MP 905, a Reforma da Previdência e a EC do Teto dos Gastos;
2) enviar cartas a centrais, confederações e sindicatos para fortalecer o movimento;
3) marcar reuniões e plenárias nos Estados para organizar um plano de luta nacional;
4) desenvolver uma campanha de mídia em todo o Maranhão contra a MP 905;
5) elaborar uma cartilha esclarecendo os detalhes da MP 905;
6) retomar a realização de audiências públicas contra a privatização dos bancos públicos;
7) organizar um seminário sobre tecnologia e impactos no trabalho bancário;
8) divulgar uma moção de repúdio contra a militarização do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

“Com essas estratégias, aliada à unidade e mobilização da classe trabalhadora, acreditamos ser possível não só resistir, mas vencer essa política neoliberal, autoritária, entreguista e antitrabalhadora do Governo Bolsonaro, garantindo, assim, a revogação de medidas como a MP 905 e, sobretudo, a conquistas de novos direitos para os bancários e demais brasileiros” – afirmou o presidente do SEEB-MA, Eloy Natan.

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