Rita – A cada dia aparecem novas demandas nos debates em que a gente se insere, seja por meio dos estudos constantes que fazemos como também por meio da interação com a base e essa atuação vai se moldando a partir das necessidades. Do ponto de vista institucional estamos sempre acompanhando os debates acerca do Banco do Nordeste e do ponto de vista interno as questões que vão surgindo pelos associados, sobre mudanças nos processos, em que precisamos entender a conexão dessa dinâmica interna com a missão do Banco. Existe a preocupação de estratégias que podem estar sendo desenvolvidas que possam trazer prejuízos para o Banco, para a sociedade e para os trabalhadores. Estamos sempre vigilantes, tudo isso faz parte da organização das lutas da AFBNB, priorizando trabalhar com a verdade, com transparência e com muito zelo pela entidade. Observamos as pautas também dos trabalhadores aposentados ou que poderiam se aposentar. Temos a questão previdenciária e neste ano, especialmente, acompanhamos de perto o processo da reintegração dos aposentados demitidos que completaram 75 anos. São pontos específicos dentro da nossa bandeira da dignidade previdenciária e essa foi uma vitória na justiça. Também temos a situação de pessoas que estão na ativa, boa parte delas no plano BD que aguardam alguma definição ou alguma política que possa contemplar esses questionamentos que fizemos em torno dessa pauta.
2. O ano de 2024 foi movimentado para a AFBNB. O que você destacaria enquanto conquista/ação positiva do ano e por quê?
Rita – As conquistas vão desde questões bem pontuais e específicas até as mais gerais. Como entidade precisamos ver as questões mais coletivas e eu destacaria no ano de 2024 as nossas duas Reuniões do Conselho de Representantes, com a pauta bem extensa, mas bem oportuna em que pudemos discutir a questão mais geral, mas também aquelas do dia a dia e dos grupos de trabalhadores, com algumas funções específicas como técnico de campo, agente de desenvolvimento, técnicos das centrais e da TI do BNB. O relatório final traz esses dois momentos bem específicos. Também tivemos as ações judiciais que questionam a sétima e oitava hora, que é uma disfunção do nosso plano de função e que tem prejudicado os funcionários, sendo um retrato da exploração do trabalhador. A jurisprudência já tem sido produzida nesse sentido e é positiva, pois se trata de uma forma de corrigir essa disfunção. Também temos cobrado medidas que possam valorizar o trabalhador, além de reconhecê-lo no atingimento dos resultados do Banco. Encaminhamos o desenvolvimento de uma tese na justiça que resgate o Plano BD, além de uma decisão firme da AFBNB em defesa da Camed e dos trabalhadores que foi a ação pela permanência do Banco do Nordeste como mantenedor da Caixa. A AFBNB buscou o diálogo com as gestões e Camed e entende que foi uma vitória. A gente não abre mão desse princípio de respeito ao Estatuto da Camed e do zelo pela saúde do trabalhador.
3. Nos últimos meses, a Associação recebeu muitos novos associados vindos do último concurso. Que mensagem você gostaria de dizer para esses que estão chegando? O que eles podem esperar da atuação da AFBNB?
Rita – A realização do concurso e a imediata convocação foi algo de muito positivo nesse ano de 2024 para o Banco do Nordeste, para os trabalhadores do BNB e para a AFBNB, que sempre pauta o tema, além das demais bandeiras da melhoria das condições das agências, o aumento do quadro dos trabalhadores, os processos mais dinâmicos e um melhor atendimento aos clientes. Isso só pode ser feito se tivermos um quadro de trabalhadores concursados, preparados, capacitados e comprometidos com a intervenção do Banco. A Associação acompanha todo esse processo e dialoga com os novos. Já cobramos do Banco a correta e imediata convocação, cobramos treinamentos, equipamentos necessários para que o Banco possa fazer a sua missão acontecer e, junto às agências buscamos que o BNB reveja essa estrutura, o dimensionamento, inclusive as categorizações ora existentes. A gente anda muito na base e vê uma grande insatisfação das pessoas que estão ali no dia a dia e a forma como muitas vezes a Direção Geral pensa e direciona as agências, bem distante da realidade. Ainda nesse ponto, a gente gostaria de debater sobre a questão da terceirização no Nordeste, que a gente vê com uma grande preocupação. São trabalhadores que estão ali precarizados pelo trabalho, pela sistemática, quando, na verdade, essas pessoas estão ocupando espaços que poderiam estar sendo atendidos por um trabalhador concursado. Então, são vítimas desse sistema, cuja terceirização em um Banco de Desenvolvimento precisa ser resolvida com concurso público, para a melhoria dos processos, possibilitando a democratização das oportunidades e da qualidade dos serviços e do emprego.
4. Quais as expectativas do ponto de vista da organização dos trabalhadores para 2025?