Greve não é caso de polícia! É caso de justiça e de solidariedade!

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Não há registro na história dando conta de conquistas da classe trabalhadora por outra via que não a da luta concreta.


Nenhum direito foi dado de graça, pela boa vontade patronal, de governos ou de quem quer que seja. Muitos tiveram de lutar, de abrir mão da comodidade, da passividade, do interesse individual, de dias de folga e noites de sono para que outros, mais tarde, usufruíssem de direitos garantidos por lei. O direito à greve é um deles! Quantos tiveram salários cortados, promoções que não vingaram, empregos perdidos para que esse direito fosse assegurado na Constituição Federal?


A greve, além de um direito, é o último recurso adotado para fazer frente à intransigência e à insensibilidade patronal, diante dos clamores e necessidades dos trabalhadores.


E por que é preciso reafirmar isso? Porque a luta que se trava na greve de uma categoria é dessa categoria – no caso, os bancários – com o sistema ao qual estão ligados (donos dos bancos ou governo, no caso das instituições públicas). A briga não deve ser fratricida, trabalhador contra trabalhador! Ao contrário, afinal, no final, todos ganham ou todos perdem, coletivamente. Se o bônus advindo da mobilização coletiva é para todos, o ônus também deverá ser compartilhado solidariamente, inclusive no sentido de intensificar a luta para as próximas batalhas. Assim, devem-se aumentar os laços de companheirismo, de solidariedade e de coesão da classe trabalhadora.


Infelizmente não foi isso o que se observou na manhã dessa quinta-feira (15/10), conforme denuncia o Sindicato dos Bancários de Goiana (PE). Um fato lamentável, triste, grotesco marcou negativamente a greve no BNB. Uma funcionária, no afã de entrar na agência, agrediu física e verbalmente o presidente do Sindicato dos Bancários de Goiana e região, Leonardo Farias, com agressão moral ao diretor da entidade, Alberto Ubirajara, que também é integrante do conselho fiscal da AFBNB. O caso exigiu a intervenção da polícia, tendo parado na delegacia.


Ora, greve não é caso de Polícia! É caso de agir com solidariedade e justiça para com aqueles que são a fonte do lucro das empresas e da riqueza patronal, com seu suor, dedicação e empenho diário: os trabalhadores!


A AFBNB lamenta profundamente que algumas pessoas ainda não compreendam a grandiosidade que é a solidariedade de classe e a luta coletiva. É preciso evoluir como seres humanos e se reconhecer enquanto categoria para que os direitos já alcançados permaneçam e outros sejam conquistados!


A Associação repudia veemente a atitude da funcionária e manifesta solidariedade ao Sindicato dos Bancários de Goiana e Região, aos seus dirigentes, bem como aos funcionários do Banco que não merecem ser submetidos a tamanho vexame.


Por fim, alerta ao Banco para que adote medidas no sentido de evitar tais fatos, com orientação uniforme em toda a Instituição, por exemplo, em todo o território nacional, para evitar mal estar dessa natureza, sob pena de ter sua imagem maculada quanto ao direito constitucional e ao exercício cidadão de greve.


Só a luta muda a vida!


Source: Notícias – 500

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