Modelo inédito de financiamento mira agora agricultores de cooperativas do Nordeste

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Feito pelo MST em parceria com Eduardo Moreira, fundo lança segunda operação nesta segunda (29), pela internet

Cooperativa Agropecuária Santa Rita, no RS, foi entidade beneficiada na primeira operação do Finapop – Reprodução/ Coopan

O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) lança, nesta segunda-feira (29), em parceria com o ex-banqueiro de investimentos Eduardo Moreira, a segunda operação do chamado “Finapop”, iniciativa de financiamento popular voltada a pequenos agricultores. Tendo tido a primeira operação lançada em maio para beneficiar uma cooperativa de produção agropecuária do Rio Grande do Sul, o fundo agora deverá apresentar um financiamento direcionado a produtores de mel do Ceará e de cacau da Bahia.

A ação tende a ajudar os agricultores em meio à crise socioeconômica do país, que ganha fôlego à medida que a pandemia avança. O projeto funciona da seguinte forma: o fundo arrecada recursos de pequenos e médios investidores e canaliza a verba para as atividades das cooperativas envolvidas, estimulando a cadeia produtiva do segmento.

Nesta segunda operação, o Finapop mira os trabalhos da Cooperativa Regional dos Trabalhadores Apícolas Assentados e Assentadas da Reforma Agrária (Cooperamel), no Ceará, e da Cooperativa dos Cacauicultores Familiares do Estado da Bahia.  Com os recursos do fundo, a primeira deverá expandir a produção, enquanto a segunda deve melhorar a estrutura da cadeia produtiva do cacau orgânico em assentamentos de reforma agrária do estado.

A operação de financiamento dessas duas entidades será lançada às 18 horas desta segunda-feira por meio de uma transmissão virtual no canal de Eduardo Moreira no Youtube. Além do ex-banqueiro, participarão da live os governadores Wellington Dias (BA) e Flávio Dino (MA); o dirigente nacional do MST João Pedro Stédile; e as representantes de cooperativas de agricultores Sheila Rodrigues, Maria Alzerina Carneiro e Lucineia Durãs.

Durante o lançamento, será anunciada a terceira operação do fundo, que prevê uma captação de R$ 25 milhões para outras sete entidades do país.

Vantagens

Na visão dos organizadores, a iniciativa tem o mérito de fazer com que os apoiadores invistam em projetos que conhecem e que cumprem uma função social, pelo fato de lidarem com a produção de alimentos saudáveis. Paralelamente, os participantes do fundo têm a garantia de retorno financeiro dentro dos padrões do mercado.

Além disso, o Finapop facilita o acesso ao crédito por parte de cooperativas e associações, às quais as entidades bancárias impõem barreiras que inviabilizam esse acesso. Com o fundo popular, pequenos e médios investidores podem injetar recursos em cooperativas, em vez de colocarem essa verba à disposição dos bancos, que contribuem para a concentração de renda e, por meio da especulação financeira, atingem lucros estratosféricos por conta das altas taxas de juros.

O Finapop é exclusivamente voltado para projetos de produção de alimentos saudáveis em áreas de assentamentos do MST, mas, segundo os organizadores, no futuro, ele poderá ser ampliado para atender outras áreas da agricultura familiar e camponesa.

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