Para Ivone Silva, forma de gestão dos bancos adoece a categoria dos bancários

90

Imagem: Sindicato dos Bancários de São Paulo

Próximas reuniões com a Fenaban acontecem na quinta (13) e sexta-feira (14); igualdade de oportunidade e cláusulas sociais serão os temas a  serem  discutidos, respectivamente

O Comando Nacional dos Bancários se reuniu nesta terça-feira (11) com representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para a terceira rodada de negociação. Os tema saúde e condições de trabalho pautou a mesa de negociação.

A categoria reivindica melhores condições de trabalho, novas ferramentas de gestão e o fim da pressão para se atingir metas, agravada pela pandemia do coronavírus.

De acordo com Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do Comando Nacional, que representa a categoria na mesa com a Fenaban, os bancos sugeriram em negociação a volta do ranking de produtividade dos trabalhadores.

“Um absurdo, já que a proibição da publicidade de rankings de produtividade individualizados foi conquistada pelos bancários em 2011. Querem retirar nossos direitos e não há dúvida que a forma de gestão dos bancos adoece a categoria.”, disse.

“A pressão constante para o cumprimento de metas muitas vezes irreais, com uma série de desrespeitos que caracterizam o assédio moral, fazem com que os trabalhadores do setor financeiro estejam entre as principais vítimas de depressão, ansiedade, outros transtornos mentais e físicos”, completou.

Durante a reunião, os bancários também cobraram testes do Covid para os trabalhadores presenciais; home office para os que tenham contato ou morem com pessoas infectadas e mantenham os protocolos conquistados pelo Comando durante a pandemia, como higienização nas agências, álcool em gel, máscaras e proteção de acrílico e manutenção do grupo de risco em home office.

Segundo o Sindicato dos Bancários de São  Paulo, Osasco e Região, entre 2009 a 2018, mais da metade (56%) dos afastamentos de bancários foram reconhecidos como doença do trabalho, sendo as mais comuns: depressão, ansiedade, estresse e as LER/Dort.

Com base em dados do INSS, o sindicato aponta que entre 2009 e 2013, houve um aumento de 40,4% no total de benefícios concedidos aos bancários, enquanto as demais categorias profissionais o crescimento foi de 26,2%.

A Consulta da Campanha Nacional dos Bancários 2020, realizada com a participação de 28.193 bancários e bancárias em todo o Brasil revelou que entre as prioridades apontadas pelos bancários para a Campanha Nacional de 2020, o tema “Saúde e Condições de Trabalho” ganhou destaque: 69% daqueles que responderam a consulta destacaram essa prioridade.

Na Consulta, os bancários também apontaram quais os principais impactos da pressão e a excessiva cobrança de metas sofrida por eles nos bancos. Mais da metade dos respondentes aponta sentir “Cansaço – fadiga constante” (54,1%) e ter “Crises de ansiedade” (51,6%). A “desmotivação e vontade de não ir trabalhar” afeta 42,3% dos consultados e quase 40% declararam “dificuldades para dormir mesmo aos finais de semana”, entre outros problemas apontados pelos bancários no país.

Com informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo

DEIXE UM COMENTÁRIO

Comentário
Seu nome