Requiem para uma agência moribunda – Por Luis Rodrigo Aires Silva

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Por Luis Rodrigo Aires Silva


A realidade é muito diferente do que pintam os resultados! Eis uma verdade notória e simples. Certa feita, cheguei a comentar que a retórica de certas afirmações vindas de certos sujeitos do topo da cadeia alimentar, é que sustenta os malefícios ao funcionalismo. Como assim? Bem, alguém chega e apresenta resultados aquém do que deveriam estar, cobrando uma iniciativa do gestor e alerta das severas consequências; o gestor, por sua vez, configura e explicita a cobrança; a base arca com as responsabilidades. Alguns resultados chegam a duras custas, um outro tanto, não. E os mais aguerridos fazem o papel de Sansão (não o personagem bíblico, e sim o cavalo do livro “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell), vestindo a camisa e dando o sangue pela instituição. Para os que conseguiram, o tapinha nas costas; para os outros, um alerta em tom de otimismo, enaltecendo o que temos e o que conseguimos.


Ah, a realidade está distante do que pintam! E temos aprendido que nesta ilustre instituição, basicamente, fazer o que puder com o que se tem não acalanta os ouvidos dos senhores do resultado. Resta o quê para o funcionalismo?


Nunca a expressão “atirados ao léu” caiu tão bem para as agências quanto nos dias de hoje. Condições precárias, até insalubres em determinados casos, sistemas em constante falha, mensagens de “alerta” esporadicamente vindos do alto, processos de concorrência interna viciados pela quebra do princípio constitucional da isonomia, atendimento comprometido, e a sociedade, justamente, sentando o porrete… Por que a diretoria não tira um espaço de tempo no ano para conhecer de perto a realidade das agências e deixa a retórica de lado, atendendo um mínimo que seja de demandas vindas da base que sustenta toda a estrutura?


 Respeito, meus amigos. Precisamos disso se configurando em melhoria de todo o processo. Transparência, lisura, atenção, isonomia…


Uma frase, pretensamente atribuída a Einstein. afirma que insanidade é fazer a mesma coisa sempre e esperar resultados diferentes. O absurdo disso é que também é outra verdade notória e simples. E parece que o BNB, mesmo empolgado pelos “Sansões” da vida, segue essa mesma melodia para com seu funcionalismo de base… E as agências, a partir da reestruturação, e do novo sistema de concorrência interna, bem como dos novos programas de ação visando resultado e não, de fato, as pessoas, entoarão seus cantos finais de cisne…


 Chamam de requiem ao ritual entoado em cantos de uma missa fúnebre. Ainda não houve o funeral, mas estão tornando cada agência um esquife em potencial para seus funcionários…


*Luis Rodrigo Aires Silva é funcionário lotado na agência de Sobral (CE) – Representante de base da AFBNB


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