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Por ocasião do aniversário do BNB, que este mês completa 72 anos, a Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB) edita o movimento denominado Semana de Mobilização, com ênfase para o fortalecimento do Banco, a questão do desenvolvimento e a defesa dos trabalhadores.
Trata-se de um convite à reflexão acerca de temas que desafiam o Nordeste, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e seus trabalhadores: desenvolvimento regional, superação de desigualdades e o que podemos fazer enquanto classe para nos inserirmos cada vez mais nesse debate.
O desenvolvimento – considerando os aspectos gerais e também o recorte regional – assim como outros temas, é complexo demais para soluções simplistas. Ao contrário, exige ações multissetoriais, engajadas e articuladas, que envolvam os mais diversos setores da sociedade – econômico, social, político, ambiental, educacional – e que parta de uma reflexão básica: o que é desenvolvimento e qual modelo é necessário construir.
Por muito tempo economistas alardearam que era preciso fazer o bolo crescer para reparti-lo. Mas a história já mostrou e continua mostrando que quem prepara o bolo – o trabalhador – fica apenas com as migalhas. Isso nos leva a perceber que crescimento econômico e desenvolvimento não são tão próximos como possam parecer.
Seria então desenvolvimento quando os povos subalternizados tiverem o mesmo poder de compra dos povos colonizadores? Celso Furtado já alertava, há 50 anos, para esse mito: “O custo, em termos de depredação do mundo físico, desse estilo de vida é de tal forma elevado que toda tentativa de generalizá-lo levaria inexoravelmente ao colapso de toda uma civilização, pondo em risco as possibilidades de sobrevivência da espécie humana. Temos assim a prova definitiva de que o desenvolvimento econômico – a ideia de que os povos pobres podem algum dia desfrutar das formas de vida dos atuais povos ricos – é simplesmente irrealizável”. Essa verdade nos leva a refletir e questionar o modelo econômico vigente – de exploração dos recursos naturais e dos seres humanos, estímulo ao individualismo e ao consumo desenfreado – e em como superá-lo, o que também não tem resposta fácil.
Então, que desenvolvimento queremos para o Nordeste e para o Brasil? Há 38 anos a AFBNB luta pelo fim das desigualdades regionais, pelo pleno desenvolvimento das potencialidades locais, por ações de convivência com o semiárido, por crédito diferenciado e orientado para micro e pequenos agricultores e empreendedores, por trabalhadores valorizados e por uma política pública nacional que combine esses e outros fatores para favorecer e promover efetivamente o desenvolvimento da Região. Para nós, isso passa necessariamente por instituições competentes, fortes e comprometidas, o que nos mobiliza a agir em defesa do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) que este ano completa 72 anos.
O BNB é um importante instrumento para a redução das desigualdades! Por isso mesmo precisa ser fortalecido, blindado de barganhas político-partidárias, agir com transparência e responsabilidade no uso dos recursos constitucionais que gere (FNE). Tão importante quanto isso, internamente, precisa valorizar seus processos e trabalhadores, promover um ambiente de trabalho condizente com uma instituição de desenvolvimento e se pautar por critérios diferentes dos demais bancos de mercado por uma razão simples e direta: é uma instituição diferenciada, cujos resultados não devem ser medidos por lucro, mas sim por avanços sociais.
A AFBNB seguirá disputando ideias, vigilante e atuante em sua missão de trabalhar pelo desenvolvimento do Nordeste, através do combate às desigualdades sociais; atuar na preservação do BNB e do FNE, enquanto indutores do desenvolvimento nordestino e defender os interesses dos trabalhadores.
Só a luta muda a vida!
A AFBNB firme na luta – Gestão 2023-2025