Sobre reajuste na Camed: até quando esse sacrifício?

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O filme é velho e repetido. Quantas vezes o sacrifício que implica impactos financeiros aos associados da Camed, com aumento, já foi conclamado como a “salvação da lavoura”, como solução dos problemas estruturais da Caixa? O famigerado aumento abusivo, o “presente de grego” no Natal de 2013, com a exclusão dos genitores do Plano Natural, que o diga.  Tal medida gerou perdas substanciais de recursos para a Camed, haja vista o Banco ter deixado de aportar os valores correspondentes.

No último dia 16 de julho, a Camed e o BNB anunciaram aos seus funcionários o aumento do percentual da cota social e do patrocinador (Banco) do Plano Natural de 1,5% para 2,5% e o reajuste no Plano Família em 2,75%. Desde então a AFBNB tem procurado se municiar de informações, tendo participado de reunião e da Videoconferência a convite da Camed/Banco sobre a matéria.

Como não poderia ser diferente, a AFBNB tem recebido várias manifestações de associados, da ativa e aposentados, expressando suas inquietações e insatisfações. Nada mais natural, obviamente, diante de um quadro de aviltamento salarial por que vêm passando os funcionários do BNB há muito tempo, não sendo diferente dos demais bancários e da classe trabalhadora de modo geral.

No cumprimento de sua missão, a AFBNB acompanha de perto tudo o que se refere aos funcionários do Banco. Especificamente em relação à Camed, a AFBNB entende ser uma prioridade de atenção de todo trabalhador do BNB, por se tratar de um plano de autogestão, onde todas as questões devem ser refletidas e discutidas com transparência e democracia, porque o impacto das mesmas recai sobre todos. Foi assim no reajuste praticado em 2014, na medida que resultou na retirada dos genitores do plano natural, como já referenciado; na proposta de alteração do Estatuto da Caixa Médica e mais recentemente no processo de recadastramento. Todos esses pontos foram objeto de ações judiciais impetradas pela Associação no sentido de resguardar a Camed e os serviços e benefícios dos seus associados.

Assim, no intuito de buscar mais informações e fazer uma abordagem adequada sobre a medida dos reajustes, a Associação convidou a Presidência da Camed, que se fez presente, para uma reunião com a Diretoria da AFBNB ocorrida na última sexta-feira (20).

Na oportunidade, os dirigentes da AFBNB questionaram sobre a sustentabilidade e a saúde financeira da Caixa Médica; cobraram informações sobre corte de gastos e os cálculos que embasaram a decisão do ponto de vista dos percentuais adotados. Solicitaram ainda que sejam apresentados dados referentes à receita, custeio e margem de contribuição com projeção para pelo menos os próximos 5 anos.

Outro ponto bastante debatido foi a necessidade da consulta aos associados, conforme estabelece o Estatuto. A AFBNB defende que a medida seja submetida à apreciação dos associados por se tratar de alteração aos normativos vigentes, que asseguram que a contribuição paritária é de 1,5%. Os diretores da Associação questionaram a necessidade dos reajustes e os índices aplicados e ainda o prazo determinado para pagamento da retroatividade.

A Associação defende a necessidade de medidas estruturantes, de longo prazo e que garantam a sustentabilidade da Caixa Médica e uma política de saúde justa, transparente e que possa cumprir seu papel de trazer tranquilidade ao trabalhador, e não acarretar mais doenças e preocupações. Nesse debate a AFBNB ratifica seu entendimento de que é fundamental se pensar naqueles que moram e trabalham longe dos grandes centros, já penalizados historicamente pela ausência de prestadores e serviços, ou com acesso limitado, e nesses casos, os impacto das medidas de reajustes são sempre maiores.

Embora seja positivo o aporte de recursos para a Camed – haja vista a medida implicar acréscimo mensal por aporte do Banco de R$1 milhão e 200 mil reais, e por haver paridade também por parte dos associados, na mesma ordem, o que fortalece a Caixa – a diretoria da AFBNB cobra que esse processo seja sustado até que todas as informações acerca de custos, receitas e projeções sejam amplamente discutidas pelo corpo social.  Além disso, enfatiza que a sua implementação seja levada a cabo somente em decorrência da aprovação por parte dos associados, conforme o caso.

A AFBNB está encaminhando ofícios com os conteúdos dessa matéria e seus respectivos pontos de defesa para as instâncias da Camed e do Banco, na expectativa do atendimento do pleito em defesa da Camed e dos seus associados e também está realizando consultas jurídicas a fim de obter um parecer na perspectiva de cobrar adequadamente o cumprimento das prerrogativas do Estatuto da Caixa Médica.

Gestão Unidade e Luta
A AFBNB firme, com resistência e autonomia.

2 COMENTÁRIOS

  1. Não é só a CAMED, poiis a PREVI vive às turras com seus associados. Mas vemos com pesar a descredenciamento de vários médicos,, hospitais e clinicas do âmbito da CAMED. Essa é a maior preocupação dos associados da CAMED, Eu fui um dos beneficiados ao ser operado de aneurisma cerebral e não poderia fazer se não contasse com a assistência da CAMED. Todavia, o aumento descriminado das contribuições, o aumento dos remédios, o desaparecimento de médicos, clinicas e hospitais causa apreensão a todos nós.

  2. VERGONHOSO VOCÊ RECEBER A FOLHA DE PAGAMENTO SÓ PARA CAMED, NO LIMOEIRO DO NORTE NEM DENTISTA EXISTE PARA VERIFICAR O SORRISO DOS FUNCIONÁRIOS, MAS A CONTA VEM TODOS OS MESES QUE CHOVA OU FAÇA SOL. O DESCONTO ABSURDO DEIXANDO O FUNCIONÁRIO A VER NAVIO…. GRAÇAS A DEUS QUE TENHO A SAÚDE DE FERRO NUNCA FOI NECESSÁRIO USAR ESSE PLANO DA CAMED… IMAGINE, SEM USAR O PLANO VEM DESCONTANDO MAIS DE MIL REAIS…. É VERGONHOSo.

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