Com o argumento de redução de custos e despesas, o Bradesco brinca com a vida dos seus empregados e demite em plena pandemia.
O acordo feito com os sindicatos de todo o Brasil de não demitir durante a pandemia foi descumprido por todos os bancos privados. Em especial pelo Bradesco, que já desligou 1.500 bancários e prometeu fechar mais de 1.100 agências até o fim do ano.
Com o discurso de possível falência, já que o lucro trimestral teve uma queda de 34% em comparação ao mesmo período do ano passado, o banco se utiliza desses dados para efetivar todos os absurdos.
Em entrevista à grande imprensa, presidente do Bradesco, Octávio Lazari, afirmou que para o banco voltar a competir ano que vem será necessário ” aparar o mato alto até o fim deste ano, para em 2021, começar a ganhar eficiências mais específicas de custos em cada área e setor…” Ops… MATO ALTO? pois é… bancário mudou de nome!
Resumindo, o que importa para o Bradesco é lucro! lucro! lucro!.
Só em Salvador, já foram desligados cerca de 90 funcionários e em Feira de Santana, mais 12. Em Camaçari não foi diferente. Já contabilizamos 3 funcionários desligados e o fechamento de uma agência (a 1477 Nova Camaçari), onde os mesmos foram incorporados nas outras duas unidades que restaram no município. Um absurdo com os funcionários e com a população.
Com o anúncio do banco sobre a reestruturação e desligamentos durante a pandemia, mantivemos contato com todas as áreas possíveis e falamos sobre a realidade da nossa cidade com relação ao fechamento de uma unidade e o quanto que esta ação geraria sobrecarga aos funcionários e prejudicaria o atendimento à população. Em resposta, o Bradesco informou que nada poderia fazer e que iria sim fechar a agência.
Nos meses de setembro e outubro, marcados por luta em todo país sobre essas atitudes das instituições financeiras, o Sindban realizou um grande protesto na agência Radial A do Bradesco, denunciando às medidas adotadas pelo banco e informando à população sobre o desserviço e falta de responsabilidade social da entidade. Munidos de cartazes, faixas e carros de som, os dirigentes conversaram com os bancários e clientes sobre a necessidade da manutenção de emprego na categoria, que foi essencial no momento da crise pandêmica.
Apesar da intransigência do Bradesco, seguiremos firmes na campanha nacional que pede o fim dos desligamentos. Vale ressaltar que o banco não passa por crise, muito pelo contrário, recebeu ajuda financeira do governo no início da pandemia. Com tanto lucro, não faz sentido algum demitir.
Bianca Lima é diretora de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Camaçari.