Abaixo o racismo estrutural! 20 de novembro – Dia da Consciência Negra

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A comemoração do Dia da Consciência Negra em 20 de novembro nos remete ao assassinato do líder negro Zumbi dos Palmares, em 1695, sinônimo de resistência e de luta contra a escravidão e todas as violências cometidas contra a população negra.

A luta, entretanto, continua e exige de cada um/uma e de todos/as – enquanto sociedade -ações concretas e coletivas que consigam alterar as estruturas racistas e colonialistas, características do sistema capitalista, que subjugam homens e mulheres negras com uma política de extermínio e desumanização que se agrava a cada dia.

Dados do Atlas da Violência 2021 sobre as taxas de homicídio no país em 2019 mostram, por exemplo, que homens negros representaram 77% das vítimas de homicídios no país, com uma taxa de homicídios por 100 mil habitantes de 29,2, enquanto entre os não negros (soma dos amarelos, brancos e indígenas) a taxa foi de 11,2 para cada 100 mil. O mesmo fenômeno se aplica às mulheres negras, que representaram 66,0% do total de mulheres assassinadas no Brasil.

O acesso à saúde e saneamento básico também revela desigualdade brutal de raça. Segundo o IBGE, em 2018, “verificou-se maior proporção da população preta ou parda residindo em domicílios sem coleta de lixo (12,5%, contra 6,0% da população branca), sem abastecimento de água por rede geral (17,9%, contra 11,5% da população branca), e sem esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial (42,8%, contra 26,5% da população branca)”. Também são as mulheres negras que mais sofrem violência obstétrica no Brasil. Na seara trabalhista, recebem salários menores e ocupam menos cargos de chefia.

A mudança de paradigmas deve ser responsabilidade de toda a sociedade. Reparação histórica, políticas afirmativas, responsabilização aos crimes de racismo, informação de qualidade são maneiras de alterar essa realidade e exigem de nós atuação constante. A AFBNB se soma a essa luta, contra o racismo, e por respeito e dignidade para todos e todas!

Compartilhamos abaixo sugestões de textos e o vídeo da canção Jogo de Angola, de Clara Nunes. https://youtu.be/VfIuNQpRanY?si=4LSQXkhAMVSS4YvH

 

WikiFavelas: Como as favelas pensam o racismo

Angela Davis: o racismo na era do neoliberalismo

Lições de Florestan para o antirracismo radical

Doenças evitáveis e o papel do racismo estrutural

 

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