Artigo: Aderir ou não ao PID. Essa é sua dúvida?

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O diretor financeiro da AFBNB, Asis Araújo, escreve sobre o PID. Confira artigo na íntegra:

Nossas vidas desde cedo foram postas a serviço do Banco do Nordeste do Brasil S/A. Vidas aparece aqui no sentido completo da palavra, como quem quer dizer expressivo tempo de nossa existência, com preocupações cotidianas com o desenvolvimento do nordeste  e o futuro do BNB. Foram décadas de uma relação que marcou profundamente a alma dos trabalhadores. Mas o que o “plano de demissão voluntária” – PID representa dessa relação? Qual o ingrediente de respeito e consideração ele incorpora? Qual a responsabilidade da instituição BNB e do Governo Federal com o futuro de quem aderir?

Entramos no BNB voluntariamente por concurso público. Muitos com o sonho pelo que significava o Banco enquanto missão a perseguir, outros pela estabilidade e segurança financeira. Compulsoriamente adentramos no plano de previdência – CAPEF/BD como estratégia institucional capaz de concretizar essa qualidade de vida pós-trabalho. Contudo, por medidas governamentais danosas e diretorias do BNB descompromissadas com as causas dos trabalhadores do BNB somos milhares em situação complicada porque não se pode aposentar do trabalho visto que perderemos algo em torno de 50% da remuneração, ou mais.

O PID nada apresenta de solução estrutural para quem deseja se aposentar. Trata-se de  um “agrado” de mau gosto cheirando a armadilha para livrar a responsabilidade do BNB e do Governo Federal com o problema gerado – quebra do pacto feito entre banco e funcionário com a deformação unilateral do plano de Benefício Definido (BD) e fragilização  da Caixa de Previdência (Capef), que causou a diminuição do benefício, em muito casos a nível  inferior a 50% do salário. A culpa é deles e eles precisam resolver! Não é criando mais problema social que este país conhecerá dias melhores!

Mas para quem pensa realmente em aderir a essa  “política do mais fácil” da atual diretoria do BNB cabe fazer as contas e pesar os prós e os contras. Devemos saber que nosso salário é o bruto e não o líquido que é creditado, ou que deve se somar a esse líquido os empréstimos consignados. Deve considerar também o depósito do FGTS, que é 8% de quase todo o bruto. Ou seja, é preciso calcular direitinho quanto vai perder por mês, inclusive com os ticktes, etc, se se afastar. É a partir desse cálculo que vemos em quanto tempo na ativa se chega ao “agrado” que o banco oferece.  É fácil constatar que serão poucos meses, isso sem contar com Licença-Prêmio se tiver, empréstimos de férias, folgas, Participação nos Lucros e Resultados (PLR), adicional de férias, seguro de vida que é perdido ao sair, etc. Considere-se também que caso o Banco, caso demita em qualquer momento futuro é obrigado a pagar a multa do FGTS, 40%, neste caso o “agrado” fica menor ainda.

Para fechar esse escrito estamos carecendo é de respeito, de direção e governo que nos represente de fato, que tenham um olhar diferenciado para os trabalhadores e que encarem os trabalhadores como deveriam ser vistos – como aqueles que são os verdadeiros responsáveis por toda a riqueza deste país.

A luta da AFBNB é coletiva, por todos os funcionários do Banco, de todas as gerações. É por dignidade previdenciária e respeito aos trabalhadores.

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