Bancos usam a tecnologia para demitir

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Os bancos são bastantes ofensivos no investimento em novas tecnologias. Para se ter ideia, em 2015, no Brasil foram realizadas R$ 11,2 bilhões em transações via mobile banking. No ano seguinte pulou para R$ 21,9 bilhões. Já as agências saíram de R$ 4,4 bilhões para R$ 5,3 bilhões no mesmo período.


O crescimento é inacreditável. Em 2011, o país tinha 2 milhões de contas com mobile banking. No ano passado, eram 42 milhões. O resultado é traduzido em cifras. De 2000 para 2015 o lucro líquido dos bancos cresceu 578,9%. 


Mas, a tecnologia usada demasiadamente gera muitos problemas ao ser humano. Um é o desemprego. O quadro de pessoal nas agências está em queda. Um dia chegou a ser 732 mil. Em maio deste ano era 466,4 mil. Na Bahia, no acumulado do ano são menos 382 postos de trabalho.


O número de agências também tem caído. O Brasil tinha 22.826 unidades bancárias em 2015. Em junho passado eram 21.560. A Bahia segue a mesma tendência, saindo de 1.098 para 1.037 no mesmo período. 


Com a desculpa de agilizar os serviços aos clientes, os bancos investiram pesado em tecnologia ao longo dos anos. Primeiro com a criação dos centros de processamento de dados. Depois com a automação dos caixas das agências e a expansão dos terminais de autoatendimento em locais públicos. Em seguida, veio a interação com os correntistas diretamente de casa, apenas com um clique no computador e, por fim, o mobile banking.


Com o cidadão fazendo todo o serviço, as empresas reduzem o quadro de pessoal. A intenção, ao contrário do que se vê nas propagadas, não é vender comodidade. É desempregar para aumentar o lucro. A verdade é que os bancos não estão nem aí para o cliente. Basta fazer uma transação errada para a dor de cabeça começar.


Os dados são do estudo sobre Inovação Tecnológica no Setor Financeiro e Impacto para os Trabalhadores, do economista do Sindicato dos Bancários da Bahia Vinícius Lins. 


 


Source: SAIU NA IMPRENSA – 300

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