Brasil em pandemia: desafios dos bancários na luta contra as privatizações

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Debate foi realizado pela liderança da minoria e reuniu dirigentes e parlamentares em live no facebook

O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, acredita que a Caixa vive o momento mais difícil de sua história com a edição recente da MP 995. A Medida Provisória editada pelo governo burla regra constitucional para privatizar a empresa de forma fatiada. Takemoto participou hoje (28), de um debate promovido pela Liderança da Minoria na Câmara dos Deputados por ocasião do Dia Nacional do Bancário.

Ele considerou uma verdadeira hipocrisia as “lágrimas de crocodilo, as fake lágrimas”, como chamou, do presidente da Caixa, Pedro Guimarães ao homenagear os empregados na última terça-feira (25): “Ele não merece usar aquele crachá, um presidente que faz o que ele faz, que privatiza, diz que home office é frescura, que deixa os funcionários admitidos após 2018 sem seguro saúde. Enquanto ele ‘chora’ dois mil colegas estão sem cobertura do plano de saúde neste momento de pandemia, muitos deles PCD’s”, criticou Takemoto.

Takemoto alertou que a MP 995 é uma tentativa de evitar que o Congresso autorize que as empresas se desfaçam de ativos. “Mas eles estão vendo que não é fácil destruir uma empresa como essa. Outros governos também tentaram e não tiveram sucesso, porque mexeu com a Caixa mexeu com o Brasil”, afirmou.

Erika Kokay (PT-DF) recordou que a percepção da maioria da população em defesa dos Bancos Públicos é oriunda da própria atuação dessas instituições. “Tem segmentos no país que só são oferecidos pelos bancos públicos. No financiamento habitacional, por exemplo, mais de 80% de atuação é dos públicos. Em algumas regiões, chega a 100%”, lembrou a parlamentar.

Representante dos Funcionários no Conselho de Administração (Caref) do Banco do Brasil, Débora Fonseca concorda e lembra que a razão para privatizar os bancos públicos é ideológica: “o BB, por exemplo, é lucrativo e dá retorno social. A população sabe a importância dos bancos públicos, tanto que é contrária à privatização. O governo deveria utilizar os bancos públicos para auxiliar na reconstrução da economia no pós-pandemia”, ressaltou ela.

O deputado Mauro Benevides Filho, do PDT do Ceará, garantiu que a oposição no parlamento está atenta para barrar qualquer tentativa de privatização. Na opinião dele, ao invés de enfraquecer, é preciso ampliar a atuação dos bancos públicos, principalmente nestes tempos difíceis.  “Paulo Guedes não compreende o papel dos bancos públicos em combater a desigualdade, a atuação deles em áreas em que os privados não querem conceder créditos. O STF já decidiu que o negócio principal tem que ter autorização para vender. Qualquer tentativa, por MP ou PL, não vamos deixar passar”, afirmou.

Jefferson Meira, secretário de Relações de Trabalho da Contraf-CUT, reforçou a importância das instituições financeiras públicas para toda a sociedade. “Os bancos públicos não precisam provar mais nada a ninguém. Eles são importantes para todos, desde quem tem uma conta básica ao megaempresário que se beneficia de políticas públicas”, ressaltou.

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