Covid-19: São Paulo tem mais de mil internações em um dia. Aumento atinge 13 regiões do estado

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Governos Doria e Covas vêm negando que exista aumento de internações decorrentes da covid-19, mas dados da Secretaria da Saúde comprovam piora na pandemia

Os dados do Boletim Coronavírus, do governo estadual, mostram claramente o aumento no número de pacientes internados nos últimos dias

São Paulo – O estado de São Paulo registrou média móvel de mais de mil internações decorrentes da covid-19 neste domingo (15). Na última quarta-feira (11), foram 1.145, o maior registro desde 10 de outubro. São 13 regiões paulistas com aumento de internações, das 17 existentes. Na Grande São Paulo, a média móvel chegou a 627 novas internações ontem. E, na última quinta-feira (12), foram registradas 695 internações em um único dia, o maior número desde 30 de setembro. A situação comprova a piora na pandemia que o governo de João Doria (PSDB) vem negando nos últimos dias.

Das 17 regiões de saúde do estado, apenas quatro não registram aumento no número de internações de pacientes com covid-19: São José do Rio Preto, Presidente Prudente, São José do Rio Preto e Barretos. Os aumentos de internações mais intensos foram registrados em Sorocaba, Registro, Baixada Santista, Araçatuba e Marília. A situação mostra que os primeiros dados de aumento da pandemia, que Doria desacreditou, estão se consolidando. Os números são do Boletim Coronavírus, organizados pelo governo paulista por meio da Fundação Seade.

A taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva na grande São Paulo subiu novamente e agora chega a 47,3%, número 15,5% maior do que o registrado 30 dias atrás. Em todo o estado, a ocupação de UTI está em 42,3%, também maior do que o número registrado há um mês, quando a ocupação estava em 41,6%. Na Baixada Santista, o aumento de internações decorrentes da covid-19 em relação ao mês anterior foi de 42,5%.

Novas internações por covid-19 na Grande São Paulo registradas a cada dia

Os dados da Secretaria Municipal da Saúde mostram que o número de pessoas internadas com a doença em São Paulo cresceu 11,8% nas últimas quatro semanas – até a última sexta-feira (13). De 614 pessoas, em 22 de outubro, para 686. Além disso, o número de pessoas em UTI subiu 71,5%. Depois de atingir o menor valor após o pico da pandemia, com 228 pessoas em terapia intensiva, a cidade tem nesta segunda-feira (16) 391 pacientes nessa condição.

Segundo o próprio secretário Municipal da Saúde, Edson Aparecido, a rede privada está com 65% de ocupação das UTI reservadas para doentes com covid-19. O número de pessoas em ventilação mecânica cresceu e o percentual de testes positivos aumentou. Mas o prefeito da capital paulista e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), disse na última quinta-feira (12), no debate realizado pela TV Cultura, que “isso é mais uma fake news, lançada às vésperas da eleição, mostrando o desespero eleitoral de alguns”.

Para o ex-ministro da Saúde e médico sanitarista, Arthur Chioro, há tempo para o governo Doria agir antes que a situação se agrave. “Teria que avaliar região por região, para não cometer o mesmo erro de fechar tudo, sem considerar a situação epidemiológica de cada local. E ampliar as recomendações de isolamento social e, em particular, impedir o funcionamento sem restrição de serviços e locais que geram aglomerações é essencial. Não se vê mais fiscalização sequer para uso de máscaras”, disse.

Para Chioro, a posição do governador, de negar o que os dados evidenciam, é muito grave. “Ciência só vale quando valida as crenças do governador? Quantas pessoas terão que morrer até que ele reconheça o agravamento da situação e tome as medidas que precisam ser tomadas? Ou os interesses eleitorais transmitiram ao governador tucano a doença do negacionismo do presidente?”, criticou.

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