Muitas empresas desrespeitam a relação de trabalho, sobretudo com a adoção do trabalho remoto para evitar a disseminação da Covid-19 na pandemia. Os casos de assédio moral e sexual dispararam. No primeiro semestre de 2021, foram feitas 31 mil denúncias, contra 347 empresas.
O número de apenas seis meses representa quase o triplo do registrado durante todo o ano de 2019 e 2020. No total, 12.349 e 12.529 casos, respectivamente. O levantamento é da Consultoria de gestão de riscos e compliance ICTS Protiviti.
O aumento considerável chega à Justiça. Entre 2019 e 2021, foram contabilizados 3.049 processos de assédio sexual e 52.936 de assédio moral nas Varas de Trabalho do país. Os dados são do TST (Tribunal Superior do Trabalho).
A pressão foi bem forte no início da crise sanitária. As principais denúncias de assédio moral eram relacionadas a cobranças de metas inatingíveis, a recusa em deixar o trabalhador em trabalho remoto, práticas antissindicais, ameaças de demissão. Os bancários sentem o assédio na pele.
Muitos passam por constrangimento e humilhação diariamente. Inclusive, casos na Caixa foram denunciados recentemente. Em um deles, o banco foi orientado a realizar campanha contra assédio sexual. Em dezembro, o movimento sindical ingressou com queixa no MPT (Ministério Público do Trabalho) por assédio moral coletivo na empresa.