Cem anos depois da edição da primeira norma brasileira sobre previdência social, a Lei Eloy Chaves, em 24 de janeiro de 1923, o direito à aposentadoria, seja na iniciativa privada ou no serviço público, passou por inúmeras mudanças. Tanto tempo depois, as conquistas gradualmente alcançadas a partir de muita luta e pressão dos trabalhadores permanecem sob constante ameaça.
As sucessivas reformas da previdência, sob o argumento de sanear as contas e recompor um suposto déficit, vêm distorcendo o conceito de proteção social que um dia norteou o ordenamento jurídico sobre o tema.
Nós, Auditores-Fiscais, assim como os demais servidores públicos, vimos direitos como paridade e integralidade, garantidos na Constituição Federal de 1988, serem retirados, reduzindo drasticamente nossos vencimentos num momento em que a vida mais nos demanda, depois de 30 ou 35 anos de dedicação ao Estado brasileiro.
Nos últimos anos, passamos por uma pandemia que exigiu de nós sermos fortes e resilientes. Estamos há vários anos sem reajuste em nossas remunerações e, seguramente, somos o segmento que teve as maiores perdas de direitos.
Motivos para comemorar o Dia dos Aposentados não temos. Mas a data serve para nos lembrar que não estamos sozinhos. Somos milhares de pessoas que demos os melhores anos de nossas vidas para que nosso povo tivesse acesso à direitos básicos como saúde, educação e moradia e contribuímos para assegurar uma vida digna ao encerrar essa jornada.
Ciente da força de cada Auditora e Auditor-Fiscal aposentado que construíram a Receita Federal e que dedicaram uma vida para um Brasil melhor e mais justo, a Direção Nacional saúda a todos pela data. Nossa homenagem também aos pensionistas que acompanharam essa luta. Nunca é demais reforçar a importância de que estejamos juntos, lutando pelas demandas da categoria.
