A realidade do sistema financeiro é totalmente diferente da vida da maioria da população, que conta moedas para fazer compra no supermercado e escolher as contas que vai pagar. Desde 1997, os lucros dos bancos acumulam, em média, ganhos reais de 359% em relação à inflação acumulada.
O ganho médio das organizações financeiras superou em mais de quatro vezes e meia a inflação no período. Como resultado da força do movimento sindical, os bancários conquistaram acordos coletivos com reajustes acima da inflação no mesmo período, mas o ganho real dos salários ficou em 126%. Um terço do ganho real das lucratividades dos bancos.
Por conta disso, o aumento real dos salários e a melhora na fórmula de cálculo da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) são prioridades da campanha salarial da categoria deste ano. Mesmo depois de 10 rodadas de negociação, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não apresentou propostas para os bancários. A próxima reunião é nesta quinta-feira (18/08).
Assim como os trabalhadores querem aumento maior para os vales alimentação e refeição, a luta na mesa de negociação é pela regulamentação do teletrabalho e foco no emprego e saúde da categoria. Nos últimos cinco anos, o número de afastamentos nos bancos aumentou 26,2%, enquanto na média das demais categorias a variação foi de 15,4%. Nada bom, mas as empresas mostram outra realidade.