Exploração de mulheres é subnotificada no Brasil

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Além do problema gravíssimo que é a exploração de pessoas, a subnotificação dos casos dificulta o combate e os resgates. Nos últimos 20 anos, apenas 2.488 mulheres foram resgatadas de condições análogas à escravidão no Brasil, o que representa 5% do total de trabalhadores resgatados neste período, segundo dados da Detrae (Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escavo) do Ministério do Trabalho.

Segundo a Detrae, quando analisado o perfil social das mulheres resgatadas desde 2003, a maioria (64%) se declarara preta ou parda, 22% brancas, 11% de raça amarela e 3% indígenas.

É importante destacar que há três principais casos de exploração: tráfico de pessoas, trabalho escravo doméstico e exploração sexual. Relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) revela que 71% das pessoas traficadas são meninas e mulheres.

O trabalho doméstico, por exemplo, é frequentemente desvalorizado e subestimado. Com a legislação específica em 2013, a PEC das Domésticas, a expectativa era de crescimento da formalização do trabalho no setor e de melhoria da qualidade do emprego, o que infelizmente não ocorreu. No caso da escravidão sexual, uma das principais formas de escravidão moderna, a situação é ainda mais complexa. Em 2021, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), 54% das pessoas resgatadas eram mulheres. Quando desconsiderado o trabalho sexual e o casamento forçado, elas representaram 32% do total.

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