Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, classifica como “imoral” a distribuição de vacinas pelo mundo e apelou aos países ricos pelo compartilhamento dos imunizantes
“Quando a pandemia vai acabar? Talvez esse seja o centro da questão”, afirmou Tedros, durante participação no Fórum da Paz, em Paris. “É uma questão de vontade política e incentivo. A pandemia vai acabar quando o mundo decidir acabar com ela“, frisou.
Nesse sentido, a OMS reivindicou que governos com alta cobertura vacinal compartilhem doses com o restante do mundo. Segundo Tedros, se esse desequilíbrio na distribuição não for corrigido, haverá cerca de 80 países do mundo que não alcançarão uma cobertura de 40% até o final do ano.
Também nesta quinta, o Brasil registrou 188 óbitos confirmados pela covid-19, totalizando 610.224 desde o início do surto, em março de 2020. A média móvel de óbitos nos últimos sete dias está em 222, no menor patamar desde o final de abril do ano passado, quando a doença estava despontando no país. Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), foram confirmados 15.300 novos casos no último período de 24 horas monitorado pelo conselho
A importância da vacinação refletem nos números de várias cidades do país. No Rio, por exemplo, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou hoje pelas redes sociais que dos 51 pacientes internados para tratamento da covid-19 no município, 46 (cerca de 90%) não tinham completado o esquema vacinal (duas doses, mais 14 dias de resguardo). Por outro lado, somente cinco desses pacientes estavam completamente imunizados.
Nesse sentido, ele ressaltou que apenas 0,8% dos leitos do SUS estavam ocupados com pacientes contaminados com o novo coronavírus, o que denotam os efeitos positivos da vacinação. Além disso, apenas 3% dos testes realizados na última semana deram resultado positivo. Soranz destacou que a taxa de positividade inferior a 5% indica que a pandemia está sob controle, de acordo com a OMS.