Em 21 de fevereiro, o país confirmou sua 1ª morte por Covid-19 quando havia apenas 17 casos. O governo reclamava de notícias ‘exageradas’ e de uma ‘infodemia de desinformação’. Duas semanas depois, veio decisão de decretar isolamento nacional
O Ministério de Saúde da Itália registrou ao menos 7.503 mortes por Covid-19 e mais de 57,5 mil casos até esta quarta-feira, 25. De acordo com informações do Portal G1, há um mês o país mediterrâneo relutava em ampliar medidas de isolamento que estavam concentradas em cidades da Lombardia, região ao norte do país mais afetada pelo surto de coronavírus.
A Itália confirmou sua 1ª morte por Covid-19 em 21 de fevereiro. Naquele momento, o país registrava apenas 17 casos confirmados da doença. Logo no dia seguinte, o governo italiano anunciou um toque de recolher para 11 cidades da região mais afetada pela doença.
‘Exagero da mídia’
Em uma semana de fevereiro, os casos saltaram de 76 para 650. Diversos países começaram a restringir as viagens tanto com destino como as que tinham origem nas regiões mais afetadas da Itália.
O ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, declarou em 27 de fevereiro, que houve uma “cobertura exagerada da mídia”, o que teria sido motivo para a redução no número de voos.
“Na Itália, passamos de um risco de epidemia para uma ‘infodemia’ de desinformação, que neste momento está afetando nosso fluxo de turistas, nossos negócios e todo o nosso sistema econômico”, disse Di Maio.
Neste mesmo dia, as autoridades de saúde italianas definiram um novo protocolo de testes para poder diagnosticar pacientes infectados pelo novo coronavírus, limitando o número de exames apenas às pessoas consideradas “do grupo de risco” que apresentassem sintomas.
Prefeitos e governadores italianos se anteciparam e tomaram atitudes individuais para tentar conter o surto de Covid-19. Porém, os decretos e regras mais restritivas impostas pelas regiões eram anuladas pelo governo italiano.
Em 24 de fevereiro, o primeiro-ministro Giuseppe Conte suspendeu um decreto assinado pelo governador de Marche, região que até aquele momento não registrava casos de coronavírus, que previa o fechamento de escolas e a proibição de aglomerações.
O premiê italiano argumentou que este tipo de ação “contribuía para gerar o caos”. O governador da Lombardia, Attilio Fontana, decretou o fechamento de bares e restaurantes, medida que foi anulada pelo governo central de Roma.
Fechamento total
Hoje a Itália vive, desde o dia 9 de março, um isolamento total que inclui a suspensão de aulas e de serviços não essenciais. Eventos foram cancelados, e até mesmo o transporte de mercadorias foi limitado.
Giuseppe Conte afirmou nesta quarta-feira, 25, que a emergência do novo coronavírus é “sem precedentes” em todo o mundo. Ele pediu também que os países sejam rigorosos no combate ao coronavírus.
“Ninguém pode aceitar, muito menos a Itália que está fazendo grandes sacrifícios para combater o vírus, que outros países não percebam essa necessidade de máxima atenção preventiva”, disse o primeiro-ministro durante um pronunciamento na Câmara dos Deputados da Itália.
O premiê acrescentou que, se outros países não forem rigorosos com as medidas preventivas, a pandemia pode aumentar ainda mais o ritmo dos contágios.
Avanço do coronavírus na Itália
30 de janeiro: primeiros casos de coronavírus no país
21 de fevereiro: 1ª morte por Covid-19
22 de fevereiro: governo declara toque de recolher na Lombardia
8 de março: Lombardia é isolada para conter avanço da doença
9 de março: isolamento completo em todo o país
19 de março: número de mortos na Itália ultrapassa o da China
21 de março: pico de mortes com 793 registros