- por MAURO BENEVIDES JORNALISTA E DEPUTADO FEDERAL
Quando o presidente Getúlio Vargas criou o Banco do Nordeste, por sugestão de seu assessor econômico, Rômulo de Almeida, a localização da sede coube ao Ceará, aqui permanecendo durante toda a sua existência, sem mais quaisquer tentativas de deslocamento, que contariam, se sugeridas, com a reação de todos os nossos segmentos sociais, especialmente os Órgãos Oficiais e entidades representativas da indústria, do comércio e da agricultura.
Agora, menciona-se, irrefletidamente, que a portentosa instituição financeira poderia ser incorporada ao Bndes, o que significa afronta a todos quantos lutaram para vitalizar uma Entidade que há cumprido, com inquestionável descortino, papel relevante para impulsionar a nossa Região, alcançando o Norte de Minas Gerais e parte do Espírito Santo, tudo estrategicamente favorecido com disponibilidades razoáveis, mantidas, equanimemente, com recursos de potencial representatividade.
O Fundo Constitucional do Nordeste, decorrente de Emenda à Carta Magna, constituiu vitória conquistada com muito engenho e arte, sobretudo a catequização dos representantes das Regiões Norte e Centro-Oeste, para formação de uma frente reivindicatória, sem a qual a nossa iniciativa não teria obtido a chancela do Parlamento Nacional.
Havendo sido, com euforia, o primeiro signatário da citada Emenda de que se originou o FNE, obrigo-me a defender a Instituição, com todo ímpeto, lastreado nos incalculáveis benefícios que trouxeram a essa faixa geográfica estímulo significativo em setores vitais ao nosso desenvolvimento econômico e social.
Não seria, pois, justo que se adotassem providências em contrário a algo que há funcionado exemplarmente, sobrepairando acima de interesses menores e sempre atento às aspirações justas que, a cada momento vieram a lume, à procura de apoio financeiro para as respectivas concretizações.
É de esperar que as nossas bancadas, com a do Ceará à frente – embarguem essa despropositada ideia, mantendo, na inteireza de suas atribuições territoriais, o seu sempre dinâmico programa de atuação.
Dir-se-á, enfaticamente, em discursos e entrevistas, numa mobilização homogênea, que “O BANCO DO NORDESTE É NOSSO”.
Esse compromisso deve prevalecer, sem rebuços, em nosso estandarte de luta indormida, “doa a quem doer…”.