A cogitada viagem de Bolsonaro ao Nordeste

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  • Por MAURO BENEVIDES

    A mídia divulga a disposição do Presidente Jair Bolsonaro em visitar o Nordeste, a fim de melhor conhecer as reais necessidades da região, capacitando-se a adotar providências indispensáveis para impulsionar o nosso crescimento, sempre postulado por políticos e lideranças diversificadas, mas frequentemente carecendo de medidas concretas, capazes de reequilibrar os níveis de desenvolvimento econômico e bem-estar social.

    Não há dúvida de que o término da transposição do São Francisco não pode mais sofrer protelações, como sempre acontece, mesmo diante de pronunciamentos no Congresso, na imprensa e entre entidades classistas, tudo direcionado para estimular o primeiro mandatário a investir nessa faixa geográfica, a exemplo do que fizeram, em suas respectivas ascensões ao poder, alguns chefes do Executivo, em iniciativas que ainda remanescem inacabadas.

    Como presidente que fui do Banco do Nordeste, vi-me alçado, também, a membro do Conselho Deliberativo da Sudene, do Conselho Administrativo do Dnocs, da Codevasf e, por fim, do Conselho Monetário Nacional, função igualmente ocupada por Camilo Calazans e João Alves de Melo, até a sua recomposição restritiva, restando apenas três integrantes, comandados pelo Ministro da Fazenda ou por uma redução insatisfatória, que necessita ser revista, com a maior urgência.

    Se a inclusão do BNB no Conselho Monetário Nacional deveu-se à minha proposição congressual, o primeiro, ali, a ter assento foi Calazans, depois transferido para o Banco do Brasil, enquanto eu vim a substituí-lo, diante da inesperada designação para dirigir o BNB, por ato assinado pelo presidente José Sarney, que cumprira compromisso de Tancredo Neves, impedido, por doença, de alçar-se ao mais alto cargo público de nossa Nação. No que concerne ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, já salvei tal Instituição de uma extinção pré-definida, pela presteza com que o diretor geral, em Brasília, engenheiro Luiz Marques, soubera de decreto já em fase de elaboração conclusiva, que previa o desaparecimento de um Órgão quase centenário, com relevantes serviços prestados ao polígono.

    A Transnordestina, como via férrea, ligando o Piauí ao porto pernambucano, até hoje não foi ultimada, num retardamento que nem o dinâmico Ciro Gomes foi capaz de concretizar, mesmo sendo uma obra tão ansiada. Sobre tudo isso medita Bolsonaro, reinserindo o Nordeste na trilha do progresso e da sustentabilidade. Vai, aqui, o meu lembrete para ciência do nosso dirigente maior.

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