AFBNB discute saúde mental no trabalho bancário em seminário sobre o tema

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A manhã do último sábado (20), foi dedicada à discussão de um tópico especialmente caro às trabalhadoras e trabalhadores do Banco do Nordeste do Brasil. Das 9h às 12h ocorreu de forma virtual o seminário “Trabalho Bancário e Saúde Mental”, que contou com a participação e mediação da psicóloga Solange Silva (UnB), que possui vasta experiência no campo da psicologia do trabalho, em especial com a categoria bancária.

Na primeira parte do evento foram abordados os aspectos mais gerais da atual condição da saúde mental dos trabalhadores. Os dados infelizmente revelam que a despeito do discurso das organizações de que os funcionários adoecem por fragilidade individual, a verdade é que, segundo Solange, “o próprio sistema se encontra adoecido”. De acordo com dados do Dieese, os bancos múltiplos estavam entre as vinte atividades econômicas com maior número de afastamento do trabalho por motivo de doença ocupacional, daí a necessidade de uma ampla discussão e conscientização pela categoria.

Ao longo do Seminário Solange trouxe números de diversas pesquisas empíricas que comprovam o forte impacto do adoecimento mental no trabalho como o aumento do uso de medicamentos, ideação suicida, o “medo de ser esquecido”, além de ansiedade e outras doenças. O trabalho remoto também foi um fator de deterioração das condições psicológicas durante a pandemia.

Ainda durante um encontro os participantes realizaram debates em grupo para refletir sobre quais seriam os maiores problemas enfrentados pelos trabalhadores e suscitados ao debate sobre o tema, um exercício coletivo que apontou principalmente para a pressão por metas como um dos fatores principais para o adoecimento da categoria, além de perseguições, concorrências, falta de capacitação dos gestores, chantagem, dentre outros.

Em outro momento o questionamento sobre as possíveis saídas para a melhoria das condições psicológicas do trabalho foram colocadas em discussão. Solange Silva destacou ações devem ser promovidas no intuito de que a situação de adoecimento seja superada, tais como: informação e capacitação dos trabalhadores; produção de dados para a fundamentação da luta sindical;  apoio psicossocial; investigação de denúncias  por parte das instituições representativas, atuação no campo jurídico etc.

Ao final, a Diretora-Presidente da AFBNB  Rita Josina, destacou a qualidade do debate, falou da disponibilidade da Associação para novos momentos e informou que o tema está integrado às outras bandeiras de luta da AFBNB. No futuro, outros encontros devem ser realizados para encaminhamentos e maiores aprofundamentos sobre este importante assunto para os trabalhadores bancários.

Todos por todos!

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