AFBNB se reúne com presidente do Conselho de Administração do BNB

702



 


Apresentar e obter respostas sobre demandas dos trabalhadores e as grandes preocupações nos âmbitos trabalhista e institucional, sobretudo no tocante ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Foi com esse objetivo que a Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB) se reuniu na manhã de ontem (22), em Fortaleza, com o presidente do Conselho de Administração do BNB, Ricardo Soriano de Alencar, e com o chefe de gabinete do BNB, Henrique Tinoco. Pela AFBNB participaram a diretora-presidente Rita Josina Feitosa da Silva, os diretores Dorisval de Lima e Assis Araújo, e o conselheiro fiscal Henrique Eduardo Moreira.


Embora a Associação já tenha enviado ofícios e demandas à atual gestão do Conselho, essa foi a primeira reunião com o presidente do colegiado desde que ele foi eleito, em abril de 2016. Após um breve resumo da história da AFBNB e de suas lutas e intervenções ao longo da sua trajetória de 31 anos, os diretores apresentaram um panorama dos  problemas apontados pela base e que precisam ser solucionados, tanto de natureza funcional/relações de trabalho,  sistemas, tecnologia, entre outros,  quanto em relação ao próprio Banco.


Ao falar das ações desenvolvidas a presidenta Rita Josina fez referência a denúncias realizadas pela AFBNB quanto a procedimentos inadequados no Banco, considerando a atitude benéfica para o BNB, por ter levado à revisão de processos e ao estancamento da sangria de recursos. “Às vezes temos que fazer um trabalho que não agrada muito, mas eram questões muito sérias, prejudiciais ao Banco e à própria sociedade, e que iam contra o que defendemos. Em decorrência disso somos considerados por alguns como sendo personas non gratas, o que nesse caso entendemos que é um elogio”, analisou.


Rita Josina reforçou também todo o trabalho de vigilância e contraponto permanente dos assuntos nacionais que impactam na atuação do BNB e na vida dos trabalhadores – como a tentativa de inclusão dos fundos constitucionais na Desvinculação de Receitas da União; o aumento das taxas de juros do FNE e o compartilhamento dos recursos do Fundo com outras instituições;  e a ampliação da área de atuação da SUDENE para o sudeste, por exemplo – e a articulação política junto ao Parlamento no sentido de reverter ameaças dessa natureza. “Procuramos realizar nosso trabalho de forma muito tranquila, sem vinculação partidária alguma e sem envolvimento na barganha por cargos no Banco”.


Os diretores da AFBNB abordaram o grave problema previdenciário dos beneficiários do Plano BD – CAPEF, com a ênfase de que é necessária a busca de solução para o caso, haja vista ser insustentável a realidade na qual os funcionários não têm mais a condição de se aposentar por uma situação que não foi causada por eles; o alto custo da CAMED; as incoerências e inconsistências do Plano de Cargos e Plano de Funções; descumprimentos sucessivos de acordos coletivos; sistemas ultrapassados e problemas de tecnologia. Outro ponto bastante discutido foi a situação das agências – do fechamento à carência de infraestrutura, passando por sistemas inadequados e pelo distanciamento da realidade de quem trabalha na ponta em relação ao que é planejado e à demanda da sociedade.


Quanto ao fechamento das unidades, a AFBNB enfatizou que a medida aponta na fragilização do Banco e gera dúvidas e inquietações principalmente por haver estudo anterior justificando a expansão, sendo assim uma contradição. Os diretores expuseram desacordo com a medida, citando como exemplo o caso de  agências desinvestidas após apenas um ano de funcionamento, bem como os prejuízos não só para os funcionários e a população, mas para a própria imagem do Banco. Outro fato registrado pelos diretores da AFBNB foi a carência de pessoal, agravada pela não convocação de aprovados em concurso – reivindicação justa e necessária. Sobre o assunto, a Associação enfatiza que é urgente uma ação do Banco no sentido de retomar as convocações.


O presidente do Conselho de Administração mostrou-se aberto ao diálogo, às sinalizações e às críticas; disse ter consciência e preocupação com os transtornos causados pelo fechamento das agências, mas que tal medida decorreu do cenário nacional. “Vocês têm um papel importante em fazer esse acompanhamento do FNE, em provocar o debate e colocar em evidência as questões mais urgentes, porque nós temos um milhão de assuntos para tratar. Isso é salutar e não é ruim”, afirmou se referindo à atuação da AFBNB.


Diante de tantas demandas citadas na reunião – muitas delas passíveis de soluções administrativas e de recursos humanos do Banco – Ricardo Soriano sugeriu que a Associação documente as fragilidades apontadas, inclusive com sugestões e possíveis soluções e as encaminhe ao Conselho.


Programa de Incentivo ao Desligamento


Por defender que deva haver registros oficiais e transparência nas informações, na reunião os diretores da AFBNB questionaram ao chefe de gabinete sobre o andamento de uma possível política de demissão voluntária, com registro de que têm chegado vários questionamentos e comentários sobre as condições, formatos, bases financeiras e prazos.  Sobre o assunto foi enfatizado por Henrique Tinoco que não há nada oficial sobre o assunto, e que realmente existe uma proposta que foi encaminhada ao governo, mas que ainda não há retorno. Segundo o chefe de Gabinete não há como falar sobre detalhes sem a aprovação superior da proposta.


Convite 51ª Reunião do Conselho de Representantes – RCR


Durante o encontro foi entregue ao presidente do Conselho de Administração e ao presidente do BNB, Marcos Holanda (foto), o convite para a 51ª Reunião do Conselho de Representantes, que será realizada nos dias 31 de março e 1º de abril em Fortaleza (CE), reforçando a importância da presença da instituição em um fórum que reúne trabalhadores para discutir assuntos pertinentes aos mesmos e ao próprio Banco. Os diretores entregaram também documentos produzidos pela AFBNB – como a publicação “Nordeste, sem ele não há solução para o Brasil” e “Por um Nordeste melhor”, os quais contêm diretrizes para uma ação e atuação em prol do desenvolvimento, bem como abordagem sobre as questões de relação de trabalho e demandas funcionais. O convite foi encaminhado também para todos os diretores do Banco.


Para a AFBNB, todas as ocasiões em que seja possível reivindicar melhorias para os trabalhadores e alertar para problemas no Banco são importantes, ainda mais quando o interlocutor tem poder de orientar e reorientar práticas. “O que queremos é o aperfeiçoamento de processos, práticas, transparência, diálogo e que o BNB se fortaleça para cumprir bem o seu papel de principal agente de desenvolvimento da região”, destaca Rita Josina.


 


AFBNB ao lados dos trabalhadores


Gestão Unidade e Luta

DEIXE UM COMENTÁRIO

Comentário
Seu nome