Ativistas pedem ações urgentes para conter as mudanças climáticas

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Em diversas cidades em todo o mundo, manifestantes reivindicaram medidas urgentes e concretas para reverter o cenário catastrófico

São Paulo – Ativistas de todas as idades foram nesta sexta-feira (25) às ruas, praças e mesmo às escolas em diversas cidades do mundo com seus cartazes para pedir às autoridades que tomem medidas urgentes para conter o avanço das mudanças climáticas. Ao todo, segundo os organizadores, cerca de mil cidades do mundo realizaram protestos em defesa do meio ambiente o por justiça climática. No Brasil, os atos ocorreram no período da tarde e foram organizados em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, Manaus, Belém, Aracajú, Florianópolis, Cuiabá, Curitiba, Natal e Recife – 15 capitais, deu um total de 25 cidades do país.

Ondas de calor escaldante, secas prolongadas, chuvas intensas, inundações e deslizamentos de terras, chuvas de granizo, nevascas, aumento do número de furacões e ciclones e ondas de frio congelante. O cenário catastrófico, como lembram os ativistas, não é culpa da natureza, mas fruto de desequilíbrios ambientais que exigem medidas imediatas para ser contido e evitar o agravamento.

Nas mobilizações em todo o mundo as demandas dos atos foram por garantir às atuais e futuras gerações vida propriamente dita, continuidade da civilização (que está ameaçada de extinção pela emergência climática) e condições dinas de vida no nosso planeta para todos os seres vivos, sem exceção. Exigem reparações climáticas do Norte Global para com o Sul Global e que os líderes mundiais parem definitivamente com suas negociações supostamente “verdes” e mentiras mantidas supostamente em nome da “Ação Climática”. E que tomem uma ação climática honesta e eficiente imediatamente, ante o cenário já considerado catastrófico por movimentos e cientistas de todo o planeta.

Tempo esgotando

O coordenador da Marcha Mundial por Justiça Climática, Roberto Ferdinand, repetiu, durante ato na Praia de Iracema em Fortaleza, que vivemos sob um sistema em que “os 1% mais ricos da população mundial são responsáveis pelo dobro da poluição produzida pelos 50% mais pobres”. Citando o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), Ferdinand chama a atenção para a necessidade de cumprir a meta da ONU de acabar com as emissões de gases do efeito estufa em 100% até 2030.

Ou seja, para cumprir a meta, a humanidade tem apenas oito anos. “Mas nós não estamos diminuindo as emissões, estamos aumentando”, alertou o ativista. “Caminhamos para subir em quatro graus a temperatura média do planeta”, descreveu, lembrando que as projeções científicas apontam que essa elevação da temperatura coloca em risco direto a vida de aproximadamente 4 bilhões de pessoas. “Hoje vivemos com a possibilidade real de extinção da civilização se não cortarmos os Gases de Efeito Estufa imediatamente. Isso está absolutamente no cenário”.

Mudanças climáticas e séculos de exploração

E as mudanças climáticas também são resultado de séculos de exploração dos recursos naturais pelo capitalismo, como diz a faixa dos manifestantes do Fridays For Future de Aachen, no norte da Alemanha, na foto de abertura desta reportagem.

Na chamada para os atos de hoje, ativistas lembram ainda do avanço do nível do mar e da salinização do lençol freático. Da erosão na zona costeira, das secas prolongadas e das alterações ambientais contra a agricultura e os modos de vida de comunidades tradicionais. Alertam ainda para a quebra nas safras de alimentos, trazendo ainda mais fome.

Os atos foram convocados pelo movimento jovem Fridays for Future, liderado pela ativista sueca Greta Thunberg, e pela A Marcha Mundial por Justiça Climática/Marcha Mundial do Clima, um fórum mundial composto por ONGs, universidades, igrejas, sindicatos e movimentos sociais articulado em 100 países.

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