Em diversas cidades em todo o mundo, manifestantes reivindicaram medidas urgentes e concretas para reverter o cenário catastrófico
Capitalismo não é uma lei da natureza
Ondas de calor escaldante, secas prolongadas, chuvas intensas, inundações e deslizamentos de terras, chuvas de granizo, nevascas, aumento do número de furacões e ciclones e ondas de frio congelante. O cenário catastrófico, como lembram os ativistas, não é culpa da natureza, mas fruto de desequilíbrios ambientais que exigem medidas imediatas para ser contido e evitar o agravamento.
Tempo esgotando
O coordenador da Marcha Mundial por Justiça Climática, Roberto Ferdinand, repetiu, durante ato na Praia de Iracema em Fortaleza, que vivemos sob um sistema em que “os 1% mais ricos da população mundial são responsáveis pelo dobro da poluição produzida pelos 50% mais pobres”. Citando o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), Ferdinand chama a atenção para a necessidade de cumprir a meta da ONU de acabar com as emissões de gases do efeito estufa em 100% até 2030.
Mudanças climáticas e séculos de exploração
E as mudanças climáticas também são resultado de séculos de exploração dos recursos naturais pelo capitalismo, como diz a faixa dos manifestantes do Fridays For Future de Aachen, no norte da Alemanha, na foto de abertura desta reportagem.
Na chamada para os atos de hoje, ativistas lembram ainda do avanço do nível do mar e da salinização do lençol freático. Da erosão na zona costeira, das secas prolongadas e das alterações ambientais contra a agricultura e os modos de vida de comunidades tradicionais. Alertam ainda para a quebra nas safras de alimentos, trazendo ainda mais fome.
Os atos foram convocados pelo movimento jovem Fridays for Future, liderado pela ativista sueca Greta Thunberg, e pela A Marcha Mundial por Justiça Climática/Marcha Mundial do Clima, um fórum mundial composto por ONGs, universidades, igrejas, sindicatos e movimentos sociais articulado em 100 países.