Os bancos brasileiros prestam um desserviço ao país. Em plena pandemia demitiram cerca de 15 mil bancários enquanto aumentam o investimento em tecnologia. Em 2022, derramam dinheiro para a área.
O orçamento das empresas, incluindo despesas e investimentos, deve atingir R$ 35,5 bilhões este ano, alta de 18% em relação aos R$ 30,1 bilhões investidos em 2021. Os dados são de pesquisa da Deloitte.
Prova de que o sistema financeiro tem investido cada vez mais no digital em detrimento do emprego bancário e do atendimento humanizado, no ano passado, os investimentos em tecnologia subiram 27% em relação a 2020 e passaram de R$ 8,9 bilhões para R$ 11,3 bilhões.
Enquanto lucram escandalosamente – BB, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander obtiveram lucro líquido de R$ 28,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano – os bancos cortam custos, com demissões e fechamentos de pontos de atendimento. O Brasil encerrou 2021 com 18.302 agências. São 2.351 a menos do que o registrado no início da pandemia de Covid-19 (março de 2020). Para o virtual tudo, para o bancário e o cliente, quase nada.
As demissões não ocorrem simplesmente pelo uso da tecnologia. Ou seja, não é a tecnologia a responsável pelas demissões, mas sim a política dos banqueiros, acompanhada pelo governo (no caso dos bancos públicos), de aproveitar a tecnologia para aumentar a exploração do bancário. A tecnologia ajuda, facilita o trabalho, faz aumentar a produtividade, mas os banqueiros se apropriam de tudo. Se uma nova tecnologia é implantada e reduz em 30% o tempo de execução de uma tarefa, uma medida óbvia seria reduzir a jornada do bancário, sem reduzir os vencimentos é claro já que está dando o mesmo ou mais resultado, beneficiando com isso a empresa e o trabalhador.