Depois de promover inúmeros bloqueios orçamentários, o mais recente na Educação, o governo de Jair Bolsonaro (PL) ameaça dar calote nos aposentados. A situação é tão grave que há risco de não haver dinheiro para custear os gastos discricionários de todos os ministérios em dezembro.
Os recursos em caixa somam somente R$ 2,4 bilhões, o que não é suficiente para pagar todas as despesas, inclusive para os aposentados. O rombo é estimado em R$ 22,3 bilhões, sendo que 70% correspondem à Previdência, de acordo com reportagem da Folha de S.Paulo.
Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, pediu uma consulta ao Tribunal de Contas da União (TCU) a respeito da possibilidade de fazer uso de um crédito extraordinário, fora do teto de gastos, para bancar uma parcela das despesas junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Em contrapartida, o presidente eleito Lula (PT) tem planos e pretende dar atenção especial aos aposentados. Além da possibilidade de recriar o Ministério da Previdência, o petista quer zerar as filas do INSS.
Há mais de 5,5 milhões de pessoas na fila de espera do INSS
Segundo informações da equipe de transição de Lula, há mais de 5,5 milhões de brasileiros na fila de espera para receber benefícios do INSS.
Um dos planos seria a realização de novos concursos públicos, pois o crescimento das filas tem relação com a falta de pessoal para analisar os casos.
Além dos concursos, o governo eleito pretende promover alterações na Dataprev. A intenção é fazer com que o órgão, atualmente ligado ao Ministério da Economia, volte para o Ministério da Previdência.