Os bancos se aproveitam da fragilização na legislação para demitir em massa e ampliar a terceirização. Em 2012, quase 60% dos trabalhadores eram enquadrados na categoria bancária. Em 2021 foi para 44%
A reforma trabalhista mudou o emprego no setor bancário, para pior. Os bancos se aproveitam da fragilização na legislação para demitir em massa e ampliar a terceirização. Os dados mostram. Em 2012, quase 60% dos trabalhadores eram enquadrados na categoria bancária. Em 2019, dois anos depois das mudanças, o índice caiu para 47% e em 2021 foi para 44%.
Os demais estão de fora da categoria e, portanto, não têm os direitos assegurados pela CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), a exemplo da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Outro dado do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) é ainda mais revelador e mostra que a categoria está sendo fragmentada.
Enquanto os bancários viram 70 mil postos de trabalho fechar entre janeiro de 2014 e abril deste ano, outros segmentos cresceram. É o caso dos trabalhadores de cooperativas de crédito que saíram de 8% para 21%. As contratações são como autônomos, MEIs, PJs. Tem ainda os profissionais de Tecnologia da Informação que pularam de 14,4 mil em 2012 para 24,6 mil em 2021. Crescimento de 70,4%.
Os dados, apresentados na 25ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada no fim de semana, em São Paulo, vão além. A base da categoria está nos bancos públicos, que têm 42% do quadro de pessoal formado por bancários. O cenário muda nos privados. Hoje, 90% da força de trabalho de outras categorias estão concentradas no setor privado.