Com ataque a plano de saúde, greve dos eletricitários ganha adesões

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São Paulo – Mais empresas do sistema Eletrobras aderiram à greve dos eletricitários nos últimos dias. Os trabalhadores protestam contra a privatização da Eletrobras. A paralisação teve início em 17 de janeiro, com Furnas, CEPEL e Eletrobras, e desde segunda-feira (24) o movimento foi seguido pelas demais empresas do grupo: CGT Eletrosul, Chesf e Eletronorte.

“A greve cresceu e se fortaleceu ao longo desse período por conta das alterações que a Eletrobras pretende fazer no nosso plano de saúde. Em média, o desconto do plano era de 10% e a Eletrobras agora quer passar para 40%”, afirma Emanuel Mendes, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia-RJ).

“Nós ganhamos algumas liminares para impedir a Eletrobras de fazer esse desconto. Aliás, a Eletrobras atropelou essas liminares e fez os descontos mesmo assim”, afirma ainda Mendes, em reportagem de Caíque Santos, no Seu Jornal, da TVT, nessa segunda-feira (31).

O aumento no valor descontado pelo plano de saúde nos contracheques estava previsto no acordo coletivo de trabalho imposto à categoria. E sem esperar decisões da Justiça passa a valer já em fevereiro para outras empresas do sistema Eletrobras.

“O custo plano de saúde hoje para o trabalhador médio da Eletrobras, que geralmente tem os seus dependentes, você vai estar pagando aí aproximadamente R$ 2.000, isso só de mensalidade. E além da mensalidade, você tem a coparticipação. Toda vez que você fizer uma consulta ou for internado por alguma coisa, você vai ter que pagar 20% de participação”, afirma Mendes. “Isso vai ficar inviável para o trabalhador.”


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Com o aumento no número de casos de coronavírus, os eletricitários pedem ainda melhores condições de trabalho contra escalas abusivas e por testes de covid-19 nas empresas. Além disso, não concordam com a privatização da Eletrobras. O processo de venda da estatal está parado no Tribunal de Contas da União (TCU) e, caso concluído, a energia pode ficar mais cara.

“É um desastre que não tem tamanho, isso vai influenciar todos os setores da economia, porque a energia é um insumo básico em qualquer segmento (…). Então, essa conta de energia, caso venha uma privatização, vai aumentar em torno de quatro vezes, preveem os especialistas”, afirma Fernando Neves, diretor da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (Frune).

Confira a reportagem da TVT

 

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