Terça-feira, 28 de fevereiro, é dia mundial de combate as Lesões por Esforços Repetitivos (LER)/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). Prevenir o adoecimento ainda é um desafio para os bancários, mesmo após décadas figurando entre as maiores vítimas das LER/Dort no Brasil. O que se percebe é que pouco foi feito para evitar o problema, que compromete a saúde física e mental dos trabalhadores do setor finaceiro.
Quando se trata dessas doenças ocupacionais, os bancários adoecem 150% mais que a população em geral, de acordo com o INSS.
Entre 2012 e 2016, 89% de todos os acidentes reconhecidos pelo INSS para bancários e financiários eram transtornos mentais e Ler/Dort, sendo que 45% eram LER/Dort, 44% eram transtornos mentais e 11% outros acidentes. Entre 2017 e 2021, 90% dos acidentes reconhecidos foram também de LER/Dort e transtornos mentais (46% Ler/Dort, 44% transtornos mentais e 10% outros acidentes).
Dos afastamentos não reconhecidos como acidentes, ou seja, os benefícios comuns, entre 2012/2016, as LER/Dort e os transtornos mentais somavam 47% do total. Entre 2017/2021 esse número subiu para 55%.
Adoecimento físico e mental
Os dados do INSS confirmam o que pesquisadores do tema apontam a tempos: a ligação forte das LERs/Dorts com o adoecimento mental. As pessoas acometidas pelas LER/Dort podem sofrer de transtornos psíquicos, como a depressão, por exemplo, em consequência dos problemas que passa a enfrentar.
Estas doenças encontram campo fértil na categoria bancária, onde os trabalhadores sofrem com cobranças e sobrecargas, que adoecem o corpo e a mente. A diminuição de casos só vai ocorrer, quando os bancos mudarem a forma de gestão de trabalho, valorizando os funcionários e garantindo um ambiente saudável para todos.
Até lá, as entidades sindicais continuarão cobrando condições adequadas de trabalho, o fim da pressão por metas, da sobrecarga de trabalho e garantia de emprego nos bancos.