Congresso ANAPAR – Lígia Bahia: “Precisamos de um esforço na divulgação dos dados sobre a covid-19”

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Neste início de setembro, o Brasil atingiu a triste marca de 4 milhões de infectados pelo coronavírus e 124 mil mortos em decorrência da covid-19, de acordo com levantamento do consórcio de veículos de imprensa. A médica sanitarista e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Lígia Bahia lamentou, durante o 21º Congresso da Anapar, que a prioridade da agenda pública não seja a Saúde. Para ela, a resposta do governo brasileiro à crise sanitária foi “tardia, descontinuada e insuficiente”.

Além disso, a médica cobrou maior engajamento das empresas estatais no enfrentamento à pandemia e, a título de exemplo, apresentou as doações feitas pela Petrobras, consideras por ela aquém da capacidade da estatal do petróleo.  “A doação é mais uma característica do que sobra, em vez de ser do que falta”, disse.  Também apontou para a falta de divulgação massiva dos números da pandemia, pois, segundo a professora, “estamos numa guerra na qual estamos completamente desarmados, inclusive na área da informação”.

Durante a apresentação, com o tema “E se não fosse o SUS, como o Brasil estaria?”, Lígia Bahia apresentou dados que comprovam que o investimento à saúde pública no Brasil é muito abaixo da média dos países em que também há um sistema universal: a média brasileira tem sido, historicamente, de 3,5% do PIB, enquanto o ideal seria 6,5%. “A gente tem um sistema de saúde público aprovado pela Constituição, mas não tem um nível de financiamento compatível”, o que o torna praticamente inviável. “A gente quer ter, mas não consegue ter uma expressão orçamentária adequada para esse querer.”

Assista a íntegra da palestra da professora Lígia Bahia, curta o nosso canal e compartilhe.

 

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