A 21ª Conferência Interestadual dos Bancários da Bahia e Sergipe começou com força total. Na manhã deste sábado, 1º de junho, os trabalhadores puderam acompanhar um debate muito produtivo sobre a conjuntura politica e econômica, além de conhecer de forma mais detalhada a proposta de reforma da Previdência, em tramitação na Câmara dos Deputados.
Em sua abertura, o evento contou com a participação dos deputados federais Daniel Almeida e Alice Portugal, ambos do PCdoB /BA, e da diretora de Planejamento da Previ, Pala Goto.
A primeira exposição foi do secretário do Trabalho, Emprego e Renda da Bahia, Davidson Magalhães, que falou sobre a conjuntura politica e econômica, que resultou na eleição de Bolsonaro para a Presidência da República. “Este é um fenômeno global, com ascensão da extrema direita em diversas partes do mundo e tem como principais causas a crise do sistema capitalista”, disse.
Segundo Davidson, no caso do Brasil, há também a influência dos Estados Unidos que tenta manter a hegemonia, interferindo no processo politico em outros países, com a chamada guerra hibrida. “Aqui começou na Copa do Mundo , com a desestabilização do governo, através das manifestações . Estratégia que tomou fôlego e resultou no golpe do impeachment de Dilma e a eleição de Bolsonaro”.
Para ele, o objetivo do governo Bolsonaro é mudar a estrutura política do país, quebrando as instituições e desmontando o Estado Brasileiro. “É um governo antidemocrático e obscurantista. Por isso, é preciso criar uma grande frente ampla em defesa da democracia, para impedir a implementação deste projeto”, conclamou.
Previdência
Logo em seguida, a supervisora técnica do Dieese Bahia, Ana Georgina Dias, falou sobre a reforma da Previdência Social, ressaltando o caráter cruel da proposta . “O objetivo claro é privatizar a Previdência, desmontando o sistema de Assistência Social, passando a administração dos recursos para os bancos.
Ana Georgina mostrou que os problemas da Previdência não são causados pelos trabalhadores, mas por fatores como a desoneração de alguns setores, a dívida das empresas e a retirada de dinheiro pelo governo através da Desvinculação de Receitas da União – DRU. Outros motivos para o desequilíbrio são o desemprego e a informalidade. “A Previdência não é o maior gasto do governo e sim o pagamento dos juros da dívida pública”, concluiu.
A Conferência segue na parte da tarde, com o debate sobre campanha nacional, emprego, a divulgação do resultado da consulta à categoria, além da realização dos encontros específicos por bancos.