Conselheira representante do BASA reforça importância de representante dos trabalhadores

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A Lei nº 12.353, de 28 de dezembro de 2010 é o dispositivo legal que assegura a participação de empregados nos conselhos de administração das empresas públicas e sociedades de economia mista. Todos os bancos nessa condição – Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco da Amazônia e Banco Nacional de Desenvolvimento – já elegeram seus conselheiros, exceto o Banco do Nordeste do Brasil.


A AFBNB tem pautado esse assunto já há algum tempo e o fez novamente em agosto, durante reunião com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (DEST), durante programação da 48ª RCR, ocasião em que ficou claro que a decisão cabe à direção do BNB, daí a necessidade de intensificar a cobrança ao Banco.


A  conselheira eleita representante do Banco do Amazônia (BASA), Silvana Silva, participou da 48ª RCR em cuja oportunidade foi entrevistada pela AFBNB. Ela enfatiza, entre outros aspectos, a importância do representação da base no Conselho de Administração do Banco reitera posicionamento contrário à PEC 87/2015. Confira:


AFBNB – Embora todos os demais bancos públicos já tenham um representante dos trabalhadores no Conselho de Administração, o BNB ainda não tem. Qual a importância desse representante e o que os trabalhadores do BNB estão perdendo por não terem ainda?


Silvana Silva – Na verdade, é muito importante que os empregados tenham um representante eleito participando de forma atuante dentro do Conselho de Administração. Nas gestões, é fundamental que a gente tenha essa figura e, de antemão, já nos colocamos à disposição para ajudarmos (na cobrança pela efetivação da lei no BNB). Eu acho que o mais importante de tudo é a gente poder opinar naquilo que tem conhecimento. Uma pessoa que tem conhecimento do Banco – no meu caso, o Banco da Amazônia – que conhece os problemas que ele enfrenta, todas as demandas, as pautas dos empregados, pode sempre opinar e fazer com que o Banco caminhe para um lugar melhor. Isso, penso, é um ponto fundamental na transparência do processo. E é por isso que eu acho que o BNB está perdendo nesse sentido. É preciso organizar-se para isso. Tenho certeza de que os bancos púbicos que já têm os seus representantes podem se colocar à disposição para ajudar.


AFBNB – Estamos diante de mais uma ameaça aos fundos constitucionais, o que não é novidade. Vez por outra, aparece alguma. Como vocês têm percebido isso? O que isso pode trazer de prejudicial para a região norte também?


Silvana – Eu acho que esse é hoje o centro da discussão em Brasília com relação aos bancos públicos que fazem a gestão dos fundos constitucionais. Não há nada mais importante hoje: realmente, é o que está no olho do furacão. No meu entendimento, pelo menos com relação ao BASA e, pelo que conheço do BNB quanto ao FNE e do Banco do Brasil na parte do FCO, eu não tenho dúvida de que essa medida vai na contramão de todo processo de desenvolvimento dessas regiões, que são as mais necessitadas do país. O Banco da Amazônia nos últimos três anos provou a capacidade que tem. Ele está muito bem. Os números apresentados são fundamentais para que a gente possa fazer essa análise. Isso em um cenário conjuntural caótico, numa situação muito difícil em relação à conjuntura econômica do país em que estamos vivendo. Ainda assim, o BASA conseguiu apresentar números de desenvolvimento altamente favoráveis. Foi recentemente capitalizado para que a gente possa aplicar todo esse dinheiro na Amazônia. Ninguém melhor que os bancários do BASA para conhecer essa região. Então, eu creio que o BNB e o Banco do Brasil também têm todas essas características. Acho que o Governo tem que reavaliar essa proposta que é totalmente descabida. A gente precisa incentivar o processo de crédito junto ao pequeno produtor, ao pequeno empresário, baixar as taxas de juros, capitalizar ainda mais os fundos, fortalecer os bancos públicos, e não em andar para trás.


AFBNB – A AFBNB é uma associação de trabalhadores e está trazendo este tema para Brasília. Como você vê essa ação de chamar a atenção e procurar formar esses representantes da entidade no sentido da preparação do embate político?


Silvana – Eu acho que foi fundamental essa ação da AFBNB. Quero dizer justamente que é por essa razão que eu fiz questão de estar presente, de vir apoiar os companheiros, porque isso é o que importa para nós também enquanto BASA e BB. Existe um ponto fundamental para que as pessoas tenham noção do que está se passando hoje: essa PEC veio em um momento descabido, diante da necessidade do processo de crédito, do processo que vive o país. Então, acho que a AFBNB foi muito feliz de trazer esse processo agora, justamente quando nós acabamos de ter um Encontro Nacional dos Empregados do BASA. Foi levantada essa bola lá, está sendo levantada aqui. Então, temos que estar juntos, casados nesse processo. Temos que deixar todas as pessoas que estão imbuídas nisso participando. Os empregados do Banco, seus familiares e as próprias pessoas da região.


 


Source: Notícias – 500

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