Em março haverá uma nova possível alteração do retrato atual do FNE. Será a próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), na qual existe a real possibilidade de os juros do FNE se tornarem menos atraentes. O risco está, se não em um aumento, mas na diminuição da diferença entre a Selic e as taxas do Fundo, principal motor para o crédito de longo prazo na região. Na prática, muito ruim para o Nordeste e para o BNB. Em verdade, as mudanças no crédito direcionado já estão a ocorrer. Por exemplo, no BNDES não há mais nenhuma linha com funding 100% TJLP.
Por direcionamento, entendam-se os recursos que o BNDES e o BNB, por exemplo, emprestam para determinados setores. O ceticismo habita o Banco Central – naturalmente ressabiado pelos exageros da Era Dilma. Na lógica dominante do Bacen, não ter crédito direcionado é o ideal para o País, em nome da Política Monetária. Mas na lógica da vida real do Nordeste, com suas peculiaridades – não de favor, mas de política de desenvolvimento regional – mexer no direcionamento exige um profunda discussão. A propósito, para ser politicamente viável, a taxa de juros de equilíbrio da economia brasileira tem de cair.
A Coluna apurou que há estudo para nova fórmula para a TJLP. Passaria a ser baseada na taxa de juros da NTN-B, os títulos de mais longo prazo no Brasil. Este ano, a TJLP não mudaria e poderia até cair um pouco.
Source: SAIU NA IMPRENSA – 600