Defensores de empresas públicas na América Latina realizam primeiro encontro internacional

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Representantes e trabalhadores de empresas públicas dos países latino-americanos participaram nesta quarta-feira (7) do primeiro encontro internacional em defesa das empresas e serviços públicos. O encontro aconteceu por videoconferência.

Durante o evento foi discutida a elaboração de um novo contrato social com trabalho decente e acesso universal a bens e serviços públicos; um Estado democrático com orçamento público a serviço da sociedade e para a justiça fiscal e contra a privatização estatal, e a captação corporativa de empresas públicas.

Presidenta da Caixa Econômica Federal entre 2006 e 2011, Maria Fernanda Ramos Coelho falou sobre o atual cenário brasileiro, onde a crise econômica se une à crise política. “Os brasileiros estão sem emprego e desalentados e a única ação veio da oposição, que conseguiu aprovar o auxílio emergencial”, explicou.

De acordo com ela, tanto o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro quanto a Caixa possuem um papel fundamental nessa pandemia. “O SUS sempre foi criticado, mas segurou a atuação da pandemia no País. Já a Caixa fez com que o auxílio emergencial chegasse para 67 milhões de brasileiros”, ressaltou.

Maria Fernanda lembrou que os Bancos Públicos brasileiros foram extremamente importantes para minimizar os efeitos da crise de 2008. “Enquanto os bancos privados encolheram a oferta de crédito em torno de 9 pontos percentuais, os bancos públicos abriram em 12 pontos percentuais [a concessão de crédito]”, disse.

A ex-presidenta da Caixa ressaltou ainda o sucesso do programa Minha Casa Minha Vida, que ajudou o Brasil a sair daquela crise. “Ao longo de sua existência, até o golpe de 2016, o Minha Casa Minha Vida gerou mais de 4 milhões de empregos”, frisou Maria Fernanda.

Riqueza nas mãos de poucos

A coordenadora regional de tributação da Oxfam, Susana Ruiz Rodrigues, afirmou que os países da América Latina são os que mais estão sofrendo economicamente com a pandemia. Além disso, ela mostrou que a crise deixou ainda mais evidente que a riqueza está concentrada nas mão de poucos.

“Nas primeira semanas [da pandemia] vimos que a riqueza estava acumulada nas mão de 73 mil pessoas. E, a cada semana, um novo milionário surgia na região”, destacou.

De acordo com ela, o sistema tributário brasileiro é muito injusto. “A carga fiscal de quem tem renda menor é muito maior do que a de quem tem renda maior”, explicou.

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