“Desastre teria sido maior sem Bancos Públicos”, diz representante de funcionários do BNB

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Para Waldenir Britto, integrante da Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste (BNB), os efeitos econômicos provocados pela pandemia do novo coronavírus revelaram a postura equivocada do Governo Federal em relação aos Bancos Públicos.

“O desastre seria muito maior sem eles. É necessário que o Estado e o Governo Federal tenham consciência disso. Ao invés de dificultar a atuação dessas instituições, é importante fortalecê-las”, disse ao Reconta Aí, em referência às diversas sinalizações feitas pelos membros do Planalto quanto à possibilidade de privatizações.

Na visão de Britto, o Executivo deveria estar pensando não só em como preservar, mas também em como ampliar a atuação de tais instituições. O BNB, cuja atuação cobre uma região de cerca de 1.800 municípios, é um exemplo.

“A gente vê discussões sobre privatizações. Em várias cidades do Nordeste, mais de 80% do crédito vêm de Caixa, BB ou BNB. Em alguns, 70% é exclusivamente do BNB. Nós, do BNB, estamos brigando. Temos cerca de 290 agências. É preciso levar o Banco para todos os rincões. O impacto seria muito maior se a rede de agências fosse maior”, defende.

Mesmo com as dificuldades, o bancário lembra que o BNB tem sido capaz de “atingir praticamente todos os municípios do Nordeste”: “A gente consegue chegar em quem precisa, nas pessoas que efetivamente produzem”.

“Não é só a questão do crédito [individual], é a possibilidade de alavancar o desenvolvimento econômico. Os Bancos Públicos têm o papel de levar dignidade ao homem do campo”, diz.

Britto compara a atuação dos Bancos Públicos com os privados durante a pandemia: “O Governo Federal liberou mais de um trilhão [de reais] para o sistema financeiro, e não está chegando na ponta”.

Mobilização

Os funcionários do BNB, assim como de outros bancos, passaram recentemente por um momento congressual que culminou na Conferência Nacional Bancária, unindo toda categoria. Apesar das dificuldades do contexto sanitário, a situação apresentou também novas oportunidades.

“Um lado positivo talvez tenha sido nos forçar a encontrar novos meios para se mobilizar. A gente tinha, às vezes, trinta funcionários debatendo presencialmente [no encontro do BNB[. Conseguimos reunir 80 delegados [virtualmente]”, resume.

A pauta consolidada entre os empregados do BNB está refletida na avaliação de Britto. “Mais unidades, mais funcionários e, para isso, ter um plano de cargos que reflita a missão do BNB voltado para o desenvolvimento”, resume.

“Precisamos discutir as condições de trabalho [remoto], todos processos precisam ser debatidos. Temos unidades do banco funcionando com apenas quatro funcionários. Isso não se sustenta a médio e longo prazo”, aponta.

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