E o prêmio vai para…

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O BNB! Calma, calma, calma; a diretoria não apresentou nenhuma proposta excelente, não repôs as perdas salariais passadas, não quitou os passivos trabalhistas, não implantou a meritocracia de fato, não resolveu os problemas da CAMED nem da CAPEF, não implantou a isonomia de tratamento, não acabou com o trabalho gratuito, não convocou todos os aprovados e supriu as agências de mão de obra adequada, não reformulou o plano de cargos, não agiu positivo nessas e em outras questões, não, não e não…

Mas mesmo assim foi premiado! Em plena greve, forte, com adesão de quase 100% das agências e crescendo a cada dia na Direção Geral, o Banco do Nordeste foi premiado por ser uma das 150 empresas com as melhores práticas de Gestão de Pessoas do Brasil! A premiação foi entregue no dia 24 de setembro, em São Paulo, promovida pela Editora Gestão & RH, conforme mensagem do Banco.

Não é a primeira vez que isso acontece. Em 2010, a AFBNB pronunciou-se sobre prêmio semelhante com a nota “Realidades díspares no Banco do Nordeste?”, a qual tratava das diferentes realidades dentro do BNB: entre agências e a Direção Geral; entre unidades das capitais e do interior; entre comissionados e não comissionados… Passados três anos, a nota continua extremamente atual, e os motivos que constavam nela são os mesmos que levam os trabalhadores do Banco a esta greve, uma das maiores das últimas décadas.

A nota dizia: “As reclamações que nos chegam são constantes: extrapolação da jornada de trabalho, agências com estruturas físicas abaladas; falta de critérios nos comissionamentos e descomissionamentos; maquinário ultrapassado… Ao que parece, existem dois bancos em um só: um onde os trabalhadores têm plano de saúde com a rede de atendimento de primeira qualidade e outro onde quem necessita de serviços médicos precisa se deslocar para outras cidades em busca de atendimento; um onde o funcionário tem a plena condição de avaliar seu ambiente de trabalho como nota 10 e outro em que até acontecem casos de adoecimento pelo fato da realidade ser exatamente o contrário…

Pelos relatos de funcionários e também pelo que a AFBNB constata quando das visitas às agências para interagir com os associados, ainda falta muito para que de fato as condições de trabalho, bem como a estrutura de funcionamento do banco se configurem integralmente como elementos para classificação da natureza ora festejada. Talvez, e é o que esperamos, o feito seja a sinalização de uma oportunidade para que iniciativas sejam tomadas neste sentido. É importante festejar, mas só fará sentido quando houver a plena satisfação de funcionários de todos os segmentos do banco: Direção geral, agências, demais unidades e Gestão – e isto passa também por uma política de recursos humanos transparente e com respeito à isonomia, o que não vem sendo praticado pelo Banco do Nordeste.”

Quem merece prêmio é o trabalhador do BNB! É ele (ela) que faz os resultados do Banco, que se dedica, que se empenha, que arca com os ônus, mas nem sempre com os bônus de sua atividade. Merece prêmio pela capacidade de se indignar e, contrariando as expectativas da administração do Banco, cruzar os braços em sinal de protesto e indignação. Merece prêmio por não se intimidar com telefonemas ou mensagens subliminares na tentativa de induzi-lo a abandonar a greve. Merece prêmio toda vez que denuncia atos que depõem contra o Banco e sua nobre missão. Merece prêmio porque tira “leite de pedra”, dadas as condições de trabalho inadequadas e incompatíveis com as metas.

Em tempos de greve – e greve forte – nosso prêmio não será concedido por ninguém, dado, presenteado, mas sim CONQUISTADO POR NÓS MESMOS! Pela força da mobilização e da luta coletiva! Portanto, não esmoreçamos! Não aceitemos qualquer proposta, nem que sejamos penalizados por exercermos um direito legítimo: a greve. Sigamos firmes em nosso propósito de mudanças e melhorias nas condições de trabalho, que vão muito além do índice de reajuste.

Trabalhadores do BNB em luta. A AFBNB ao lado dos trabalhadores!

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