E o rico cada vez fica mais rico…

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Por Adriana do Amaral

A #pandemia aumentou a base da pirâmide social

O Brasil está dividido entre 70% de opositores ao atual governo e 30% de apoiadores, mais ou menos. Dentre os segundos, muitos empresários que fazem parte dos “novos ricos”.  Inclusive brasileiros antes desconhecidos e que se tornaram celebridades ao surfar do lado direito da onda do poder vigente. Pessoas que mostram-se cada vez mais excludentes.

Ao longo do ano e meio pandêmico, muito se polemizou sobre a responsabilidade dos mais abastados e a culpabilidade dos sem nada. No final de semana, o dono da rede lojas de roupas e acessórios Riachuelo, Flavio Rocha, mais uma vez resumiu o pensamento dos apoiadores do presidente da República do Brasil e boa parte da elite nacional.

Do que tem medo a “celebridade”? Não é de ficar pobre, mas de ficar menos rico!

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o xará do filho do presidente culpou a sonegação de impostos pela concentração de renda ao afirmar que a proposta de lei de taxação das grandes fortunas empobrece os ricos. Segundo ele, mexer com os afortunados seria um erro. A solução? Imposto de Renda no povo.

Ele afirmou ser um equivoco “enriquecer o pobre”, “expulsando ou empobrecendo os ricos”. Justificando, citou o exemplo da França, por ele considerado “desastroso” ao gerar a “mobilidade das fortunas”. Sugeriu que a mobilidade digital permitiria a evasão dos milionários brasileiros, que iriam enriquecer noutros países, trabalhando e investindo à distância.

A exclusão é um negócio

Os pensadores Jung Mo Sung, coreano naturalizado brasileiro, e Walter Benjamin, alemão falecido em 1940, relataram com maestria científica como o capitalismo aumentou a distância entre os pobres e os ricos. O primeiro traz o debate para a atualidade, desvelando o que há por trás do neoliberalismo em seus livros enquanto o segundo garante a reflexão histórica. A #pandemia da #Covid-19 apenas pôs lenha na fogueira da exclusão social.

Pesquisa elaborada pela #Oxfam e divulgada durante reunião do #FòrumEdonômicoMundial no início desse ano, provou que o ricos não têm muito a temer. Resumidamente, bastaram nove meses para que as fortunas fossem recuperadas no pós-pandemia. Enquanto isso, o mundo empobreceu a olhos vistos.

O relatório O Vírus da Desigualdade, demonstrou que as mil pessoas mais ricas recuperaram as perdas consequentes à disseminação da #Covid-19 em apenas nove meses. Os mais pobres levarão pelo menos 14 vezes mais para se equilibrarem financeiramente. Ou seja, a #pandemia gerou possibilidades para os mesmos de sempre.

De acordo com a #ONU, 780 milhões de pessoas vivem abaixo do Limiar Internacional da Pobreza. No Brasil, o #IBGE demonstrou o aumento dos brasileiros que vivem com quase nada e a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional denunciou que 19 milhões de pessoas passam fome no nosso país abençoado por Deus e bonito por natureza.

Enquanto os super ricos se privilegiam do empobrecimento da população mundial, eles nada fazem para amenizar a dor dos que empobreceram. Falta vacina, falta insumos, tratamento, emprego, comida. Sem trabalho não há renda e o cenário, de acordo com a #OIT é desalentador e de acordo com a #Oxfam é catastrófico.

Apesar dos dados concretos, não vemos nenhum sinal, internacionalmente falando, para minimizar os índices da pobreza e a miserabilidade seja revertida. No Brasil, apesar de o Projeto de Lei da Renda Mínima tenha sido aprovado, não há sinais de que ele será colocado em prática a curto prazo.

Vivemos no Brasil uma crise ética sem proporções.

Nosso povo está sonhando com sopa de ossos e só encontra pedras no caminho…

 

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