“Esta reforma da Previdência prejudica as gerações do passado, do presente e muito mais as do futuro”, afirma senador Paulo Paim

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O senador Paulo Paim (PT-RS) inaugurou o novo canal de comunicação da Anapar, em parceria com a Fenae e com o Brasil 247, em entrevista ontem à TV 247 no Youtube, realizada pelo jornalista Paulo Moreira Leite e pelo especialista em previdência Ricardo Sasseron. O tema, claro, foi a reforma da Previdência (PEC 06/19), que está sendo debatida hoje, 24/9, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pela manhã e, à tarde, será votada em primeiro turno no plenário do Senado. A intenção do governo é que as mudanças propostas sejam aprovadas e passem a valer já a partir de 15 de outubro.

Paim listou algumas das piores mudanças propostas, entre elas a forma de cálculo da aposentadoria, que vale tanto para trabalhadores do setor público como do setor privado. Atualmente o cálculo do valor da aposentadoria é em cima das 80 maiores remunerações ao longo da vida laboral, a partir de 1994, o que garante um valor digno para a vida pós-trabalho. Com a PEC 06/19, passa a valer a média de todas as remunerações ao longo da vida laboral, ocasionando perdas que podem chegar a 30% no valor do benefício. “Esta é uma grande maldade, não tem transição, não tem nada”, afirma o senador. Ele ressalta que todos os governos fizeram alguma reforma, porque ajustes são necessários, mas sempre com regras de transição. Neste caso, não há.

Outra “maldade” destacada por Paulo Paim foi o fim do adicional de periculosidade. Ou seja, quem trabalha em atividades perigosas (mais ou menos 10% da força de trabalho brasileira) se aposenta com 25 anos de contribuição. A partir da reforma, só vai se aposentar com 65 anos de idade. São 30 milhões de brasileiros impactados por essa mudança, se considerarmos que não apenas o aposentado é prejudicado, mas toda sua família. Ele tenta uma emenda supressiva para impedir essa medida.

Paim também ressaltou que o governo deve apresentar nova proposta de capitalização da previdência, acabando assim com a Previdência Pública e jogando as contribuições dos trabalhadores nas mãos dos bancos, o que representa risco de, na hora de aposentar, o dinheiro nem existir mais, a depender de resultados de investimentos e riscos de crises econômicas. O exemplo mais emblemático é o Chile, que adotou o modelo de capitalização em 1983 e atualmente é um dos países com maior índice de miséria (e de suicídio) entre os idosos. No início dos anos 2000, o Chile teve que implementar um benefício social para complementar a renda dos aposentados.

O programa foi assistido ao vivo por cerca de 2,5 mil pessoas e em menos de 24h teve 6,9 mil acessos. Não pode ver o programa? Acesse aqui https://www.youtube.com/watch?v=r6zgWFRLiJ4

O segundo programa já está agendado para o dia 30/09, com o pesquisador da Unicamp Pedro Paulo Zahluth Bastos, um dos responsáveis pelo estudo que mostra que o governo federal manipulou dados para justificar a reforma da Previdência.

Serviço:

Proteção social em debate com o Pedro Paulo Zahluth Bastos
TV 247 no Youtube
Data: 30/09, segunda-feira
Horário: 15h

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