Os escandalosos lucros do setor bancário no Brasil não são novidade para ninguém. As organizações financeiras que atuam em outros países cobram tarifas diferenciadas e o consumidor brasileiro paga bem mais caro. O pior é que o abuso acontece com a permissão do Banco Central.
Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que o empréstimo para pessoa física no Brasil chega a custar 10 vezes mais do que em uma agência européia do mesmo banco. No caso de pessoa jurídica, o brasileiro tem de pagar quatro vezes pelo empréstimo em relação ao valor cobrado nos Estados Unidos e na chamada Zona do Euro.
O mercado financeiro brasileiro ainda oferece um benefício para os bancos. Cada um escolhe quanto irá cobrar por cada taxa e, inclusive, decide quais serão as tarifas existentes.
Há algum tempo, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) divulgou nota sobre a desconfiança de que os bancos brasileiros agem como um cartel na hora de estabelecer o preço de tarifas.
O Banco Central, que tem por obrigação controlar com exclusividade a Casa da Moeda (emissão de dinheiro), a entrada e saída de capitais, o câmbio, o juro, o balanço de pagamento das contas externas, entre outras atribuições, na prática finge que nada vê.