“A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade”. (Comida/Titãs)
Hoje completa 11 dias de greve da categoria bancária. Milhares de agências fechadas no Brasil em decorrência de um acúmulo de demandas específicas negadas de longas datas, principalmente pelos bancos públicos, como é o caso do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Até o momento nenhuma proposta dos patrões que possa ser levada a sério pelos trabalhadores. Nada digno! Nenhuma solução apresentada para as questões específicas, nada de reposição de perdas. O que se apresenta não cobre sequer a inflação do período, ou seja, a curto prazo, é redução salarial!
Fingir que o problema não é com eles e levar em “banho-maria”, na velha embromação, já é prática conhecida adotada pelos banqueiros e governo (no caso dos bancos públicos). Em contraponto a isso, também é conhecida a capacidade de resistência da classe. Não fosse assim, não haveria mais de 12 mil agências fechadas país afora; não fosse assim, a greve não estaria forte, em especial no BNB, por exemplo. Motivos não faltam. A razão de ser da greve é obvia e a direção do Banco sabe disso.
Durante a negociação que aconteceu na tarde de ontem os patrões não foram capazes de melhorar a proposta miserável já rejeitada pela categoria, num desrespeito absurdo. Como se explica convocar uma reunião para apresentar algo que já foi rejeitado?
Basear-se no abono é uma ilusão, uma vez que seja qual for o valor tal verba não terá impacto no salário, não será incorporado, ou seja, é o que se chama “cala-boca” para desviar a atenção do foco do problema: o rebaixamento salarial e do plano de cargos e salários deficitário e ultrapassado, como é o caso do PCR do BNB. O abono é o resgate da política praticada durante o governo FHC que gerou acúmulo de perdas, inclusive com anos em que o reajuste era zero e se dava apenas o abono.
Essa é uma atitude lamentável e reprovável, que deve ser rechaçada não só pela categoria, mas também pela sociedade, por esta ser explorada pelos Bancos, setor da economia que mais lucra, com a aplicação de altíssimas taxas de juros e tarifas, falta de segurança…
Diante da postura de descaso da Fenaban, responsável pelos bancos privados, passou da hora do Governo negociar com os bancos públicos, que são de sua responsabilidade. Por isso, mais do que nunca, é necessária uma postura firme e incisiva por parte do comando de greve.
A ordem é intensificar a mobilização, resistir na luta e aumentar a pressão para a intensificação de conquistas. A GREVE continua! Só a luta muda a vida.
A AFBNB ao lado dos trabalhadores
Gestão Autonomia e Luta
Source: Notícias – 300