Inflação fecha 2022 acima da meta e Banco Central prepara carta para explicar o estouro

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inflação oficial no Brasil fechou 2022 em 5,79%. Pelo segundo ano seguido, a alta acumulada dos preços no ano passado estourou o teto da meta de inflação estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Diante isso, assim como ocorreu no ano passado, o Banco Central (BC) terá de se explicar pelo estouro da meta.

Pela manhã, pouco depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter revelado os dados consolidados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022, a autoridade monetária anunciou que divulgará às 18h30 desta terça-feira carta endereçada ao CMN, hoje presidido pelo novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Trata-se da crônica de uma carta anunciada. O BC já se preparava para justificar o estouro do regime de metas de inflação desde o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.

No ano passado, quando precisou explicar a inflação acumulada de 10,06% em 2021, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, atribuiu a alta dos preços:

  • à escalada global da inflação;
  • à forte elevação dos preços de bens transacionáveis em moeda local, em especial os preços de commodities;
  • à bandeira de energia elétrica de escassez hídrica; e
  • aos desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos, e gargalos nas cadeias produtivas globais.

O que esperar da cartinha de RCN para Haddad

Para este ano, a expectativa é de que Campos Neto mencione a guerra na Ucrânia e a reabertura econômica em meio à pandemia como as principais justificativas para o descumprimento da meta pelo segundo ano seguido.

A inflação em 2022

Em meio a um intenso aperto monetário promovido pelo BC, a inflação oficial no Brasil, medida pelo IPCA, desacelerou de 10,06% em 2021 para 5,79%.

A Selic encontra-se atualmente em 13,75% ao ano, o que coloca a taxa de juro real no Brasil entre as mais altas do mundo.

O resultado de 2022 foi influenciado principalmente pelo grupo Alimentação e Bebidas (+11,64%), com impacto de 2,41 pontos porcentuais (p.p.) no acumulado do ano.

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