De 15/10/2020
Já se passaram dez dias desde que o Banco Central (BC) liberou as instituições financeiras para cadastrarem o PIX. Mais de 30 milhões de chaves de identificação para uso do sistema de pagamentos instantâneos foram geradas. Mas também surgiram muitos golpes na praça e os brasileiros precisam tomar cuidado.
Estima-se que existam mais de 70 domínios pela internet criados exclusivamente para roubar as informações pessoais dos brasileiros que estão cadastrando no PIX.
Os cyber criminosos enviam e-mails usando o nome de bancos populares com um link para o cadastro das chaves do PIX. Ao clicar no link, o usuário é levado para um site onde são solicitadas informações pessoais como CPF e número de celular. Além disso, os sites pedem informações bancárias como agência, conta e até a senha de acesso.
De acordo com o advogado Rafael Faben, especialista em Direito Digital e Proteção de Dados Pessoais, a situação é a mesma de quando foi lançado o auxílio emergencial e surgiram muitas plataformas para cadastro. Ele explica que as pessoas acabam fornecendo os seus dados sem ao menos pesquisar quais são os sites corretos para isso.
“O ideal é que o usuário utilize o site ou o aplicativo do próprio banco. Não confiar em e-mails, pois banco não envia e-mail para cadastro e nem para solicitar dados. Na dúvida, é melhor que o correntista procure o seu gerente”, alerta o advogado.
Clonagem de celular por SMS para cadastrar o PIX
As fraudes por SMS também estão comuns. Os criminosos enviam um link e, ao clicar, o telefone da vítima é clonado. Essa prática é muito usada para acessar o WhatsApp e pedir dinheiro aos amigos ou parentes. Mas também está servindo para criminosos cadastrarem chave do PIX com o telefone de outra pessoa.
Faben aconselha desconfiar tanto de mensagens de SMS que informam um link para a pessoa clicar, quanto links recebidos por aplicativos de mensagem. “O banco não vai fazer contato por e-mail, SMS e nem por WhatsApp. Antes de clicar, pesquise no Google se aquele domínio é realmente verdadeiro ou não”, acrescenta.
Dicas para não cair nas garras dos criminosos
Para o especialista em Direito Digital e Proteção de Dados Pessoais, é fundamental que as pessoas tomem algumas precauções para evitar ao máximo cair em golpes virtuais.
O primeiro passo é desconfiar de qualquer link enviado em nome das instituições financeiras. “O ideal é seguir somente as orientações repassadas pelo site ou aplicativo do banco. E sempre pesquisar na internet se aquele domínio é mesmo verdadeiro ou não”, frisa Faben.
Promoções e descontos são atrativos, mas são muito usados pelos criminosos para fisgar o correntista. De acordo com o advogado, o ideal é buscar informações direto com a instituição.
Caí em um golpe. E agora?
Depois que o criminoso tem acesso aos dados pessoas é impossível controlar o que ele vai fazer com as informações. Mas assim que tiver a certeza que caiu em um golpe, o ideal é remover imediatamente o aplicativo do banco.
Depois, faça um boletim de ocorrência para se preservar, caso o criminoso cometa algum ato ilícito com essas informações. “Em vários estados o boletim de ocorrência pode ser feito de forma online. Se na cidade da vítima tiver uma delegacia especializada em crimes digitais, é aconselhável entrar em contato com ela”, aconselha o especialista.
E, claro, é preciso avisar o banco sobre o ocorrido, para que a instituição possa tomar todas as medidas de segurança necessárias.
Fique atento! Bancos não mandam e-mail, SMS ou Whatsapp solicitando seus dados.