Presidente do BNB é destituído do cargo e trabalhadores do banco lamentam exposição da instituição

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O Banco do Nordeste (BNB) ganhou os noticiários por conta de um fato político: a demissão após um dia de posse de seu novo presidente, Alexandre Amaral. A Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB) lamentou a exposição da instituição por conta das negociações em torno de cargos no órgão, criticada pela entidade.

“Nós vemos com muita preocupação. Quem acompanha o BNB vê que nós estamos, mesmo no contexto da pandemia, cumprindo nosso papel. O BNB é uma empresa séria. Tudo isso quebra a dinâmica, o planejamento, a rotina”, lamentou Rita Rosina, presidenta da AFBNB ao Reconta Aí.

Em sua avaliação, a imagem do BNB – “uma instituição séria” e que tem “tratado as questões da população com muito zelo e transparência” – foi afetada pela troca no comando.

BNB em disputa

Alexandre Cabral havia sido empossado na terça-feira (2). Na quarta-feira (3) foi exonerado após vir à tona um processo do Tribunal de Contas da União (TCU) que o investiga por supostas irregularidades sob sua gestão na Casa da Moeda, em 2018. O órgão apura contratos suspeitos que podem ter causado um prejuízo de R$ 2,2 bilhões.

A indicação à presidência do BNB faz parte de uma ampla negociação entre o Governo Federal e o chamado Centrão, onde cargos no governo e instituições públicas estão sendo concedidos às legendas que compõem o grupo parlamentar – em troca de apoio político.

Há divergências quanto aos possíveis padrinhos de Cabral no BNB. Já se apontou a intervenção da própria equipe econômica, no intuito de que o nome fosse endossado pelo PL, de Valdemar Costa Neto, que agora reclama do fato de que a indicação de um nome que caiu possa ser creditada à legenda. Outra linha aponta que houve dedo na indicação do líder do governo no Senado , Fernando Bezerra Colho (MDB-PE), que nega.

“Não é a primeira vez que isso ocorre no BNB, é muito prejudicial. Ainda mais quando se coloca pessoas sem o devido cuidado. Para se ter uma empresa que possa cumprir seu papel tem que ver o perfil do gestor”, critica Rosina.

Em sua visão, o escopo de atuação do BNB traz especificidades que exigem um profundo conhecimento das “demandas da sociedade nordestina e conhecimento das desigualdades regionais”. Ainda que Cabral seja um nome da Casa, na opinião de Rosina, os termos das negociações em torno do cargo prejudicaram a questão.

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